Juazeiro: Os sons que ecoam para uma vida melhor

01 de Aug / 2018 às 11h00 | Variadas

Da terra dos altos coqueiros ecoam sons diversos que vão além do frevo, do xaxado e do baião. Celeiro artístico, Pernambuco sempre despontou no cenário nacional pelo grande número de talentos e pela qualidade desse trabalho, especialmente na música. Contudo, está agora mais evidente a diversidade de estilos e a multiplicidade de novos artistas cujos ecos estão ultrapassando fronteiras sociais como mostra o projeto Camerata Sicredi Vale do São Francisco, desenvolvido pela instituição financeira cooperativa que atua nos municípios de Afrânio, Lagoa Grande, Petrolina e Santa Maria da Boa Vista (Pernambuco) e Curaçá, Jaguararí, Juazeiro e Senhor do Bonfim (Bahia), com o compromisso na vida financeira dos seus associados. "O projeto surgiu da percepção de que muito pouco é feito para controlar problemas de criminalidade e, parte dessa incidência está relacionada à educação. A música requer educação e proporciona essa estabilidade para crianças que estão sendo assistidos pela Funase de Petrolina", diz Nadja Souza, colaboradora da Sicredi.

A iniciativa, pensada e criada pelo presidente do Conselho de Administração da instituição Antonio Vinicius Ramalho Leite com proeminente juiz da Vara da Infância, conscientes das realidades de menores acompanhados pela Fundação de Atendimento Socioeducativo/ Centro de Atendimento Socioeducativo, no município do Vale do São Francisco. A ideia foi moldada em uma Camerata de Cordas, que representa um grupo instrumental de música erudita, cuja formação básica envolve instrumentos como o Violino, Violoncelo, Viola e Violão. "Adquirimos os instrumentos e a Funase reservou uma sala exclusivamente para a realização do projeto. O local passou por um processo de acústica e adequação para uma sala de aula de música, onde meninos com menos de 19 anos têm aula de teoria, a prática do instrumento de corda e solfejo, que contribui na evolução musical desenvolvendo a percepção auditiva através do ritmo, da melodia e da afinação", comenta Souza.

Com isso, 40 meninos de cidades como Petrolina, Lagoa Grande, Juazeiro e Afrânio foram envolvidas nesse projeto estão tendo a oportunidade aprender a ler partituras, desenvolver a audição e florescer na arte da música através de instrumentos ricos em melodia. Um aprendizado que tem proporcionado possibilidade de se inserir no mercado de eventos e festas, após o período na Funase. Entretanto, ao saírem da entidade, esses garotos apresentam uma transformação social, como cidadãos e ainda têm a oportunidade de continuar interagindo com as aulas, mantendo a frequência de duas vezes por semana na unidade do Centro de Atendimento Socioeducativo. "Mesmo após o cumprimento da pena, os meninos podem permanecer integrando o programa, com o objetivo de dar continuidade aos ensinamentos que são passados pelos professores e integrantes do grupo Matingueiros. E o resultado é termos contribuído para que eles possam ter a oportunidade de dizer que esses meninos erraram, mas ainda há perspectiva de mudança de vida", afirma Nadja.

E, de fato, este importante projeto desenvolvido pelo Sicredi Vale do São Francisco traz vários panoramas de vida e de carreira para esses garotos que podem expandir seu potencial com seus próprios trabalhos autorais, graças ao aporte do grupo artístico criado em 1999, na cidade de Petrolina, que tem entre seus destaques o compositor Wagner Miranda Lima, cujo trabalho repercute mundo afora. "Durante o processo de trabalho nas aulas, eles fortalecem a capacidade de criar e de compor e, desta forma, eles podem prosperar com a música. E, para quebrar algumas barreiras, como o pânico de público, eles exercitam presença de palco em apresentações agendadas em instituições sociais da região", completa. E, nesses momentos das apresentações, os garotos têm muito mais a comemorar com a presença de suas famílias que demonstram com os olhos o orgulho de ver os novos caminhos dos seus filhos.  

Ivelise Buarque Gestão de Comunicação

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