ARTIGO - “UNIR O PAÍS”. “ACABAR COM A VIOLÊNCIA E A CORRUPÇÃO”... QUE CERTEZA PODE-SE TER DISSO?

16 de Nov / 2018 às 23h00 | Espaço do Leitor

O presidente eleito senhor Jair Messias Bolsonaro 'propôs': 1 - acabar com a corrupção; 2 - pôr fim à violência; 3 - não praticar o tradicional, “toma lá, dá cá”; e 4 - depois de eleito chama para a “união do povo brasileiro”. São quatro coisas importantes e necessárias, Porém, como diz o dito popular, sua excelência, “tá por fora é um eito”... Ou ele falou brincando ou não sabe, minimamente, fazer análise de realidade social. Vejamos!

1) “Acabar com a corrupção” – ela é um mal desnecessário, construída ao longo dos 500 anos de história, virou endemia, atingindo percentual elevadíssimo da sociedade, mesmo ela tendo maior visibilidade entre uma parte dos que são do meio da política partidária e institucional!... Se fosse fazer tudo que precisa e pode ser feito nesse sentido, precisaria de quatro décadas ou mais, não para acabar, mas para diminuir muito os hábitos relacionados com o desvio de dinheiro público e da conduta humana... É bom lembrar, que nas Américas, só Cuba socialista e curiosamente o Canadá capitalista conseguiram bons resultados nesse combate.

2) “Findar à violência” – todos os tipos de Violências: física e verbal, são reflexo da ausência do Estado, e/ou dos atos ineficientes de quem o criou e o formatou, ferindo em cheio o convívio e as relações sociais. Nunca, em nenhum país, se acabou com a violência armando a população ou simplesmente matando pessoas!... Três coisas são necessárias e indispensáveis ao combate à violência: Primeiro, a Educação Pública com estrutura adequada, método avançado, profissionais qualificados e acessível a todas as pessoas; Segundo, a execução de Projetos, Programas Sociais e Servi&cc edil;os Públicos básicos, valorizando os direitos individuais e coletivos em seus diversos setores das Políticas Públicas; Terceiro, querendo fazer isso, levaria décadas e gerações, pois não se constrói, nem desconstrói uma cultura tão antiga e secular em apenas quatro anos de uma Gestão Federal...

3) Não praticar o “toma lá, dá cá” da política tradicional - O Sistema Político do Brasil, tem a sua formatação histórica baseada na prática de uma direita política fisiologista, corporativa e egoísta. Sem "acordo pessoal e partidário”, com vantagens pessoais e partidárias fora da lei, não há condição de governo formar a maioria no Congresso Nacional necessária à chamada “governabilidade”. A formação do novo governo, começou com figuras da “extrema direita” e será concluída nesse alinhamento, com face conservadora de "extrema direita". Tal Sis tema Político, para ser mudado, positivamente, precisa de pelo menos quatro décadas com todas às ações necessárias (além das desnecessárias prometidas)...

4) “À união do povo brasileiro” – É impossível unir uma nação ou conquistar o respeito dela, depois de alimentar, publicamente, preconceitos que historicamente sempre vitimaram esse povo... Simular, em palanque, o assassinato dos seus opositores ideológicos... Agredir levianamente o candidato com quem disputou o segundo turno da eleição... Mostrar-se com pouco equilíbrio emocional... Demonstrando medo de debater as coisas fundamentais... São muitas as mostras de despreparo para dirigir uma nação.

Grandes e expressivos jornais de países do chamado “Primeiro mundo”: França; Portugal; Espanha; Inglaterra; Estados Unidos, divulgaram a vitória eleitoral de um candidato, mas denunciando ser ele “extrema direita”, como um mal para o Brasil. Se o voto o elegeu devemos respeitar. É a democracia que temos, mas, haveremos de ficar vigilantes porque o perfil ideológico da corrente política que elegeu Jair Bolsonaro é abertamente antidemocrática, racista, incivilizada, agressiva e insultante. Porém, afinal de conta, eles venceram a disputa final. Só não se deve negar, que tal política é comprometida com a priorização do interess e personalista do Mercado, dos Industriais e Banqueiros sonegadores de impostos, dos Latifundiários que inclusive destroem a Amazônia, etc. É uma corrente política, claramente adversária do Social.

Laurenço Aguiar – Ligado na Conjuntura.

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