Leitura instiga jovens a valorizarem memória do Massacre de Pau de Colher

15 de Dec / 2018 às 22h00 | Variadas

Foi o acesso ao livro "Massacre de Pau de Colher: último foco messiânico do Nordeste brasileiro" que instigou o Coletivo Carrapicho Virtual, com atuação no Vale do Salitre, em Juazeiro – BA, a querer participar da 16ª edição da Romaria de Pau de Colher, que aconteceu no últimaodia 13, em Casa Nova – BA, a 98 km da sede.

O livro chegou até o grupo com a intenção de incentivar a leitura e conhecimento da história regional, um dos objetivos do Projeto Jovens Comunicadores, iniciativa do Pró-Semiárido, projeto do Governo do Estado da Bahia. O Pró-Semiárido conta com recursos de um Acordo de Empréstimo entre o Governo e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), órgão da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

A partir da leitura e troca de informações a respeito deste acontecimento ocorrido em 1932 em meio a Caatinga, o grupo solicitou apoio do Jovens Comunicadores para participar da Romaria que acontece desde 2003, sempre no dia 13 de dezembro. Este ano o Massacre completa 80 anos e uma celebração católica marcou a programação, que contou também com caminhada animada com cantos, orações, paradas para reflexão da memória de Pau de Colher e encerramento com partilha de almoço.

Após a celebração, que foi conduzida pelo Bispo da Diocese de Juazeiro, as/os jovens do Carrapicho se deslocaram até o local onde hoje a comunidade preserva de forma mais intensa a memória do massacre, uma tragédia motivada pela força do Estado em combate um modelo de organização popular que incomodou o coronelismo bastante evidente no sertão naquela época.

Com o apoio de uma das organizadoras da Romaria, Solidade Tolentino, foi possível compreender alguns fatos que as cruzes ali expostas num limpo em meio a Caatinga já denunciavam. Para Vitor Oliveira, integrante do Carrapicho, ter lido o livro e hoje poder conhecer o local onde chegou a morrer cerca de duas mil pessoas provoca uma sensação de remorso, mas que para ele é importante, pois proporciona "uma vivência a mais aos jovens pra tá cultivando mais a nossa região, o nosso Nordeste".

Curioso em saber detalhes da história, no pouco tempo que esteve no local, o jovem Eduardo Ferreira localizou indícios como estilhaços de munição, louça, utensílios de barro. "No livro a pessoa já se sente no local (...), a curiosidade fez sair assim a procura de vestígios e acabei encontrando", comenta Eduardo.

O Coletivo, que mantém uma página de notícias na rede social Facebook e um perfil no Instagram, aproveitou o evento para realizar entrevistas e registros em fotos, os quais serão lançados na internet. Solidade Tolentino, que também integra o projeto Jovens Comunicadores, diz que é uma alegria receber o grupo e chama atenção para essa ação de divulgação da história de Pau de Colher.

Agência Chocalho

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