Falta de manutenção no Açude de Pinhões e outros riscos voltam a preocupar moradores do Distrito

10 de Feb / 2019 às 21h48 | Política

Relatórios divulgados no final de 2018, pela Agência Nacional de Águas (ANA), apontaram quase 50 barragens no País com algum risco ou preocupação, sendo que dentre estas pelo menos 10 estariam na Bahia. De acordo com o relatório as barragens que apresentavam algum nível de preocupação seriam as de Afligidos (em São Gonçalo dos Campos), Apertado (Mucugê), Araci (Arací), Cipó (Mirante), Luiz Vieira (Rio de Contas), RS1 e RS2 (Camaçari), Tabua II (Ibiassucê), Zabumbão (Paramirim) e Pinhões (Juazeiro).

De acordo com trecho do relatório da ANA “A maioria se deve a problemas de baixo nível de conservação da barragem, mas existem outros motivos como insuficiência do vertedor e falta de comprovação documental da estabilidade da barragem”. À época, em nota, o governo da Bahia informou que cumpriu metas de fiscalização e vistoria de barragens e que seria “o único a atender integralmente ao que foi previsto e pactuado com a ANA”, divulgou.

Em novembro o Blog Geraldo José publicou matéria sobre a Barragem de Pinhões e moradores da localidade, apesar de descartar possibilidades eminentes de rompimento, reclamaram da falta de cuidados e manutenção no local: “Não é real a informação de risco de rompimento, até porque foi feito um serviço de duplicação da parede por conta do asfalto da BR 235. O que existe na parede em si são erosões provocadas pelas chuvas ou pelo serviço ruim realizado na duplicação da parede, onde o sistema de drenagem pluvial do asfalto foi muito mal feito, danificando as canaletas e provocando infiltramentos na parte externa da parede do açude”, disse à época o engenheiro Mecânico Diógenes Murilo, morador do distrito.

Após o rompimento da Barragem de Brumadinho (MG) mais uma vez o tema volta a ser debatido e o Blog Geraldo José foi verificar se alguma providencia, após as publicações de novembro passado, tinham sido efetuadas, constatando que nenhuma ação de correção ou melhoramento foi feita nesse período.

De acordo com levantamento realizado por moradores de Pinhões, atendendo solicitação do Blog Geraldo José, os principais problemas levantados são os seguintes: Manutenção e limpeza de árvores e detritos no sangradouro que apresenta ainda deficiências no piso, paredes e pilares. De acordo com os moradores a parte final do sangradouro necessita de uma atenção, que incluiu recuperação de erosões, corte e limpeza de árvores (algarobas). Os moradores informaram ainda que a mesma preocupação se dá nas paredes da barragem, incluindo a recuperação das canaletas de dreno de água do asfalto e o aterramento na nova parede construída com o asfalto, em função de carreamento da terra pela água das chuvas.

 

Barragem de Rejeito da Mineração Caraíba

De acordo com os relatos, em que pese a Mineração Caraíba ter informado à comunidade sobre o baixo risco de rompimento da Barragem de Rejeito de Cobre da Mineração Caraíba, que fica à jusante do açude de Pinhões, a preocupação dos moradores se concentra numa possibilidade de sangramento em períodos de chuvas volumosas: “A possibilidade desta barragem transbordar em períodos de grandes volumes pluviométricos, como os ocorridos em 2016, preocupa, visto que o riacho em que a barragem de rejeito foi construída é o mesmo riacho que vem desembocar no açude de Pinhões, e com isso, a água proveniente dela, contendo contaminantes e metais pesados, contaminaria a água do açude, que hoje é basicamente utilizada para lazer, consumo animal e agricultura no entrono da barragem”, alertaram os moradores, lembrando que em relação ao consumo humano a população não seria afetada, já que o Distrito hoje é abastecido pela água do São Francisco, através da “Adutora do Forró.

De acordo com os relatos “por todos estes fatores e o potencial econômico que a barragem de Pinhões tem para a comunidade e adjacências, uma maior atenção deve ser dada a mesma em relação a conservação, manutenção, e possibilidade de contaminação pelas autoridades competentes e demais envolvidos no contexto”, apelaram.

Da Redação Blog Geraldo José com Colaboração e fotos de: Diógenes Murilo, Cláudia Simone e Henrique Soares.

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