ESPAÇO DO LEITOR: NOSSOS GOVERNANTES

29 de Mar / 2019 às 14h36 | Espaço do Leitor

Já dizia a minha avó que: - “Quem com muitos paus mexe, um lhes dá na cabeça!” Partindo desse princípio o dito popular, acima citado, é a mais pura verdade. Senão vejamos o que aconteceu semana passada: Mais um Ex-Presidente da República preso, juntamente com alguns dos seus auxiliares mais próximos. Agora virou rotina!

Isso é uma afirmação de que o Brasil continua a ser passado a limpo, pelos membros do Ministério Público Federal, apesar de algumas resistências, principalmente por parte do Superior Tribunal Federal, que tem procurado, de todas as maneiras, acabar com a “Lava Jato.”

O problema é que o Brasil já não suporta mais tanta impunidade, tamanha delapidação do patrimônio público, principalmente pelos nossos políticos, coadjuvados por alguns empresários. Não importa quem seja ou qual seja o cargo ocupado pelo sujeito, ele deverá ser responsabilizado pelos seus atos, no exercício da função pública, ou fora dela. Pena que os políticos inventaram o chamado “Foro Privilegiado”, cujo princípio é o de que “aqueles que cometeram delitos, estando eles no cargo ou função eletiva, deverão ser julgados pelo Superior Tribunal Federal”.

Acontece que tais casos são tão escabrosos e tão numerosos, que o STF resolveu devolvê-los para a Justiça Comum, acabando com o Foro Privilegiado que, passou apenas a existir, enquanto o político, ou o agente público, estiver na função pública.

Desta feita, o Ex-Presidente Temer tem ou não tem culpa no cartório? Eu mesmo me atrevo a responder: - É claro que sim! Nenhuma autoridade, em nenhum lugar no mundo, seria capaz de acusar a uma outra, publicamente, sem ter  respaldo muito bem abalizado, e com bastante certeza. Eles são quem bem sabem das consequências que podem advir de uma acusação infundada, de um falso testemunho ou de uma calúnia contra uma autoridade qualquer, mesmo estando ela fora da função pública. Mesmo sendo um homem do povo, isso devido a responsabilidade por eles já assumida na República.

As investigações irão prosseguir, as provas irão aparecer no decurso do processo, as justificativas de cada ato condenável terão suas explicações no decorrer do tempo. Ao final de tudo, o juízo do processo colocará na balança da Justiça e, para o lado em que ela pender, ele como representante do Estado Brasileiro dará a sansão que se fizer necessária, para que aqueles que tiverem culpa sofram as penalidades que as nossas Leis lhes impõem. Nem mais e nem menos, mas, na medida certa e na dosagem correta da pena aplicada sem excessos para que não haja sofrimento desnecessário para os apenados.

Assim o Brasil vai demonstrando ao mundo que não é somente nas Ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda, que a bandalheira corre solta entre aqueles que são os detentores do governo, ou melhor: os donos do poder.

Até quando nós continuaremos ser a “Republiqueta” ou a “República das bananas” para os povos civilizados da Europa? Até quando serviremos de chincalha para aqueles povos civilizados, que têm consciência do que é viver em sociedade?

De nada adianta fazermos cara feia e, depois de tudo, encontrarmos culpados dentre aqueles que, com o dedo em riste, apontavam para todos os lados.

Não será nada produtivo que se deixe de fazer o que tiver de ser feito, por medo de que depois, o feitiço vire-se contra o feiticeiro. Quem tem telhado de vidro não joga pedras!

Ou o indivíduo se compenetra de que ele optou pela vida pública, para ser empregado do povo; pois é dos impostos do povo que lhe é pago seu salário, e aquele que vive da vida pública não deve ser sinônimo de agafanhador do erário público.

Portanto, a Lava-Jato jamais se deve pensar em desmontá-la, uma vez que a mesma está prestando um serviço essencial ao nosso país.

 Já não toleramos mais políticos correndo com uma sacola de dinheiro em plena rua de São Paulo, ou fazendo acordos para receberem propina pelo resto de suas vidas, ou ainda, provocando um rombo tão imenso quanto o rombo da Petrobrás, que foi, sem dúvidas, o maior rombo provocado por falcatruas num órgão público, em caráter mundial.

O Congresso Nacional deverá ter competência, para resguardar o país de toda e qualquer iniciativa cuja natureza seja semelhante às acima descritas. O povo brasileiro, pela última vez, deu um voto de confiança na política nacional. Caso eles não saibam como se comportar nos próximos quatro anos, nas próximas eleições a sociedade dará as costas para a política e para os políticos, livrando-nos do entulho de suas presenças, com um enorme NÃO!!!

Por Dr. Carlos Augusto Cruz Médico e Advogado

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