Jogador da Juazeirense rende homenagens a Juan, com quem protagonizou caso diferente no futebol

29 de Apr / 2019 às 18h00 | Esporte

 

Caio Cezar, meio campo da Juazeirense, que chegou no Cancão durante o Campeonato Baiano e veio do futebol carioca, homenageou o zagueiro Juan, atleta do Flamengo que encerrou sua caminhada dentro das quatro linhas no último sábado no Maracanã. O atleta contou uma experiência, no mínimo diferente que teve com o ex-jogador da seleção brasileira, veja abaixo na integra:

"Em 2018 enfrentei o Flamengo pelo Campeonato Carioca, o Juan foi o capitão nessa partida. Não falarei do que todos sabem, que é sua qualidade como atleta e como líder, quero falar especificamente de um fato que ocorreu comigo.  Numa das fotos aparece ele me aplicando um carrinho que dificilmente ele erra, sofri dois no jogo, mas no segundo ele acertou meu joelho acidentalmente, feriu, sangrou, sai de maca, mas voltei ao jogo com as marcas de sua trava no meu joelho. Foi um lance normal, que acontece o tempo todo num jogo, não me chateei, tampouco esperava algo vindo dele, mas se tratava do Juan. 

Uns dez minutos depois vi que seria substituído, olhei a placa com meu número e ainda mancando um pouco, comecei a correr para sair de campo pela lateral, até que ouvi alguém me chamando, uma voz que eu não tinha ouvido o jogo inteiro, até porque o cara fala com os pés. Era o Juan, ele estava a uns 10 metros de mim, quando eu olhei pra trás, ele vinha trotando em minha direção com a mão estendida para apertar a minha, então me pediu desculpa pelo lance. E eu, surpreso, disse que sem problemas, tranquilão, acontece...
.
Grande coisa né? MAAANO! Já enfrentei muitos adversários na minha carreira, a maioria como eu, operário, sobrevivente da bola, mas tive o privilégio de jogar contra e com alguns que atingiram o ápice do futebol mundial, o Juan é um deles. O normal seria eu sair, colocar o meu gelo e acabou, continuaria a admirá lo, afinal foi um lance normal, leal e comum no esporte que pratico, mais um dia normal na vida que levo. Eu era só o camisa 8 da equipe adversária, ele nem sequer sabia meu nome, mas mesmo assim escolheu SER DIFERENTE. 

Enquanto torcia por meus companheiros no banco eu pensava nisso, pois sua atitude me chamou a atenção. Ao fim do jogo pedi pra trocar de camisa com ele, pois sabia que dificilmente o enfrentaria de novo, mas ele já tinha trocado. Mesmo assim, ele fez questão de me levar até o seu vestiário, então pegou a camisa que ele tinha jogado o primeiro tempo e me deu.

Tenho falado da importância de compartilharmos coisas boas e prestarmos honra a quem de fato fez por merecer, esse cara me marcou, como torcedor, atleta e ser humano. Parabéns pela carreira Juan , o futebol agradece".

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.