Peixes superam barreiras de contenção da transposição e são motivos de preocupação para pesquisadores da Univasf

23 de Dec / 2019 às 06h30 | Política

Estudos feitos por pesquisadores da Univasf identificaram que pelo menos três espécies de peixes do Rio São Francisco foram transportadas para áreas onde não existiam através dos canais da transposição. Em que pese as barreiras de contenção, implantadas para evitar esse tipo de ocorrência, que pode causar algum tipo de impacto ambiental, alguns peixes, de tamanho menor, larvas ou ovos passam pelas grades de contenção, escapando das hélices das bombas que abastecem os dois canais da transposição. A ideia inicial previa que nenhum peixe passasse pelas estações de bombeamento evitando que peixes carnívoros subissem o rio atacando outras espécies. 

De acordo com estudos feitos pelo laboratório do Centro de Conservação e Manejo de Fauna (Cemafauna), no Campus de Ciências Agrárias da Univasf, as três espécies encontradas não são carnívoras, mas os nomes só serão divulgados após um estudo científico que está sendo concluído e que pode apontar os impactos causados. Relatório de Impactos Ambientais (Rima) do então Ministério da Integração Nacional (hoje Ministério do Desenvolvimento Regional, MDR) já indicava a necessidade de um monitoramento permanente na área de influência da transposição.

Bentinho Silva, pesquisador em Ciências da Terra e Meio Ambiente, disse ao G1 que “as pesquisas ainda não encontraram peixes jovens de espécies carnívoras após as estações de bombeamento dos canais. Isso indica que, por enquanto, as larvas e ovos de peixes grandes parecem não estar passando”, mas deixou o alerta de que é preciso pelos menos uma década para “ter uma visão melhor dessa situação”.

Os cortes de verbas para as universidades federais é um ponto de preocupação dos pesquisadores, já que o trabalho requer estudos de médio e longo prazo: "É um trabalho a ser realizado em médio e longo prazos. As respostas sobre alterações que venham a surgir sobre os peixes podem levar anos para serem detectáveis", destacou o pesquisador.

Fonte: G1 Foto: Divulgação/Cemafauna/Univasf

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