Espaço do Leitor: "Como uma mulher cuida de outras em Juazeiro?"

26 de May / 2021 às 12h45 | Espaço do Leitor

Sou Célia Regina, mulher mãe casada (em processo de aposentadoria por invalidez), morei por 32 anos em Juazeiro. Desses, 20 anos servi à essa cidade como servidora pública. A minha trajetória é marcada por honestidade e muito trabalho por essa cidade que meus pais escolheram para me educar. 

Saí recentemente de Juazeiro para tratar da minha saúde porque os anos dedicados à vida pública, me trouxeram de herança uma doença autoimune, crônica e sistêmica - artrite reumatoide.

Ontem (25.05), recebi alta depois de passar cinco dias no Santa Isabel em Salvador ao ter sido infectada pelo vírus COVID. Fui muito bem assistida por toda a equipe que compõe aquele hospital. 

Não seria igual se estivesse na cidade que dediquei metade da minha vida. Abaixo, relato o porquê. 

No final da tarde de ontem, fui surpreendida com a notícia de que a minha irmã companheira amiga Kátia Gonçalves jornalista e produtora cultural sofreu um acidente automobilístico nas imediações do Colégio da Polícia Militar, foi socorrida e levada para o hospital SOTE. Diagnóstico: fratura na clavícula.

Fui dormir quase às 2h da manhã e Kátia Gonçalves continuava sem atendimento. Buscamos por todos os meios receber apoio: foi negado.

Agora à pouco, recebi um áudio: um médico convidou Kátia à sua sala e colocou "esparadrapo" no osso para evitar movimentos e dor!

Já se passam quase 20h desde o acidente e uma mulher mãe jornalista e produtora cultural encontra-se nos corredores da SOTE aguardando regulação ou cirurgia.

Pergunto com muita angústia:

Que diferença terá feito às mulheres de Juazeiro terem eleito outra mulher?

Que tipo de assistência temos na saúde pública em Juazeiro para as mulheres?

Que tipo de mulher consegue ficar indiferente à dor de outra quando tem o poder de mudar sua realidade? Honestamente,  não acredito que a prefeita desconheça o atendimento que a SOTE despense às mulheres de Juazeiro!

Por fim... Como uma mulher deveria cuidar de outras nessa cidade?

"Se essa rua fosse minha" mulheres teriam uma saúde pública digna dos impostos que pagam!

P.S.: Nossas lives do Maio da Diversidade estão suspensas pelos motivos acima. Mas, voltaremos logo! Somos fortes e não tememos a luta!

Célia Regina Carvalho Arouca  

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