Rádio: Sem festa presencial, celebrações juninas e forrozeiros se reinventam

24 de Jun / 2021 às 14h33 | Variadas

Enquanto o mundo passa pelo segundo ano de pandemia de covid-19, festas tradicionais do Brasil continuam prejudicadas e interrompidas. Uma delas é o clássico Dia de São João, comemorado hoje, mas representado durante todo o mês por meio das festas juninas.

Com lugar especial na cultura popular brasileira e originário do Nordeste, o forró é um dos ritmos mais tocados nas festas juninas ao redor do país, época em que costuma garantir destaque e ganha-pão para os artistas do gênero.

Na manhã de hoje (24), transmitido ao vivo, um programa especial teve 3hs de duração, Cidade em Movimento, apresentado pela jornalista Lidiane Souza e Josenaldo Rodrigues, produção de Leane Aline, contou com vários cantores e compositores declarando o misto de tristeza sem mais um São João presencial e ao mesmo tempo a necessidade de ser resiliente.

Flávio Leandro, Adelmário Coelho, Targino Gondim, Sergio do Forró, João Sereno, Wanderley do Nordeste, Elisson Castro, entre outros grandes nomes que participaram do programa contaram sobre o difícil momento e a certeza e a fé em dias melhores que virão

A necessidade do distanciamento social, desde o ano passado, colocou os artistas forrozeiros em uma posição vulnerável e, por isso, muitos tiveram que buscar outras soluções para se manterem.

Os forrozeiros, cujas agendas de shows costumavam lotar nesta época, agora investem no digital para que o público não fique sem o arrasta-pé. Artista que tem fama nacional, mas que optou por viver num sítio em Bodocó, no sertão pernambucano, o cantor Flávio Leandro rekatou sobre as dificuldades que os artistas têm em tempos de pandemia e como tiveram que fazer um São João de uma forma jamais vivida.

Flávio Leandro lembrou que estava para lançar um CD no dia 14 de março em 2020 quando foi surpreendido pela proibição dos eventos e teve todos os shows cancelados. Ele resolveu, então, fazer o clipe “Vai Ter São João”. Disse que ficou feliz de ter podido levar esse trabalho para as pessoas, falando das tradições juninas, que, em tempos de pandemia, aconteceriam nos “casebres ou nos casarões”. Ele lembrou que realmente os eventos de rua, além de entretenimento, são parte significativa de uma cadeia produtiva, que gera emprego e renda. Mas reconheceu que o caminho das lives é o que tem que ser trilhado pelos artistas.

Nascido em 1968, em Juazeiro, Bahia, as margem do rio São Francisco, o cantor e compositor Flávio Baião disse que a noite de ontem "foi um misto de tristeza, a sanfona tinha um tom de saudade, mas ao mesmo tempo o ritmo é sempre otimista de Luiz Gonzaga, a vida não pode parar, esperança sempre'.

"Precisamos nos reinventar. Ontem olhando o fogo da fogueira foi um momento de muita reflexão. Nunca havia imaginado passar dois anos sem cantar em algum palco. Todos os irmãos forrozeiros estão vivendo isto", disse Baião.

Flávio espera em breve reabrir o seu Espaço Baião Nordeste e continuar a inspirar-se a produzir seu repertório musical, animando hvários arrasta-pés em todo Brasil. Com seu tradicional chapéu de couro, e sua simplicidade de ribeirinho, Flávio Baião trás nas suas canções influências de notáveis forrozeiros, a exemplo do grande mestre Lula, Dominguinhos e Elba Ramalho.

Em 2013, na capa do seu DVD, o cantor e compositor foi definido assim: no chiado da sanfona, na batida da zabumba e no zunido do triângulo, esse músico segue difundido os autênticos ritmos nordestinos. Coco, baião, xote xaxado e arrasta- pé são as palavras de ordem desse grande cantor. Da sua voz ecoa melodias que revelam o jeito de ser e de viver do seu povo, suas músicas são marcadas pelo calor festivo presente no sertanejo; sendo o sol o maior dos holofotes a iluminar esse artista que, de tão apaixonado pelo ofício, adotou por sobrenome BAIÃO.

Redação redeGN

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