Juazeiro: Sobrepreço em teste rápido e outras irregularidades motivaram Operação Carga Viral

13 de Jul / 2021 às 15h15 | Variadas

A identificação de sobrepreço na aquisição de testes rápidos e uma série de irregularidades nos contratos de compras de materiais e insumos para o combate à Covid-19 foram as razões que levaram a Controladoria-Geral da União (CGU) a investigar atos da gestão anterior na Secretaria de Saúde de Juazeiro.

A pasta foi um dos alvos da Operação Carga Viral, deflagrada na manhã desta terça-feira (13) pela CGU e pela Polícia Federal (PF).

Repercutiu hoje pela manhã, 13, a ação quando foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, sendo um em Petrolina, no estado de Pernambuco, um em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, e seis em Juazeiro.

Os órgãos não especificaram quais foram os alvos, resumindo apenas como servidores da pasta da Saúde e empresários. Mas, ao longo da coletiva de imprensa virtual, realizada hoje, o delegado da PF, Adriano Moreira, apontou que alguns servidores fazem parte da atual gestão e o superintendente da CGU na Bahia, Ronaldo Machado, revelou que a sede da secretaria e a prefeitura foram alvos dos mandados.

"Essa operação resultou de um trabalho de auditoria nossa, que faz parte do projeto de acompanhamento contínuo dos gastos feitos por estados e municípios baianos no enfrentamento da pandemia", disse Machado. "No caso dessas cinco contratações, a dispensa de licitação foi feita com várias irregularidades, por exemplo as empresas convidadas para participar da disputa de preço tinham vínculos entre si, familiares, e atuaram em conluio", ressaltou o superintendente.

Ele pontua que as empresas em questão também não tinham capacidade operacional tampouco histórico de venda dos produtos comercializados. Na aquisição de testes rápidos, por exemplo, a CGU identificou sobrepreço de 50%. Ao todo, o órgão federal estima que R$ 1,3 milhão foi superfaturado entre abril e junho de 2020, sob o governo de Paulo Bonfim.

Em entrevista ao Bahia Notícias, o ex-prefeito já adiantou que não tem nada a temer. "Minha gestão foi transparente e me deixou tranquilo quando saí. Deixei meu legado e não devo nada a órgão fiscalizador nenhum", disse Bonfim, que hoje atua como assessor do governo do estado. Por meio de nota, a atual gestão, comandada por Suzana Ramos (PSDB), informou estar à disposição dos órgãos de controle e fiscalização para colcaborar com o caso.

Em meio a isso, o delegado da PF confirmou a apreensão de documentos, computadores e celulares e disse que a investigação visa agora entender qual o vínculo entre os servidores e os empresários sob suspeita. A polícia vai ainda apurar se houve a participação do antigo alto escalão do governo municipal nos crimes apurados.

 

Bahia Noticias/Ailma Teixeira

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