Caetano Veloso diz que morte de congolês em quiosque Tropicália aprofunda sua dor: 'Chorei'

02 de Feb / 2022 às 12h15 | Variadas

Caetano Veloso é mais uma das personalidades que se manifestaram sobre a morte violenta do congolês de Moïse Mujenyi Kabagambe, na Barra da Tijuca, no dia 24 de janeiro. A ação começou a ser investigada essa semana, após a família de Moïse fazer o reconhecimento do corpo e denunciar a brutalidade com que ele foi morto.

Caetano usou suas redes sociais para falar sobre o assunto e se disse ainda mais triste por causa de uma triste coincidência: o nome do quiosque, onde o congolês foi agredido, se chama Tropicália.

“Chorei hoje lendo sobre o assassinato de Moïse Mujenyi Kabagambe num quiosque na Barra da Tijuca. Que o nome do quiosque seja Tropicália aprofunda, para mim, a dor de constatar que um refugiado da violência encontra violência no Brasil”, postou o cantor, que é um dos precursores do movimento cultural.

A Tropicália ou tropicalismo foi um movimento cultural brasileiro da segunda metade da década de 1960, que envolveu música, cinema, teatro e poesia.

Uma de suas marcas principais eram as inovações estéticas radicais, que mesclavam manifestações tradicionais da cultura brasileira com tendências estrangeiras da época. Na música, essas misturas se davam na junção de gêneros como o baião, o caipira, o pop e o rock. O disco Tropicalia ou Panis et Circencis, de 1968, com a participação Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes e Tom Zé, é um fiel representante do movimento.

O CRIME: O congolês Moïse Mujenyi Kabagambe foi espancado até a morte depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália, na orla da Barra, na Zona Oeste, segundo a deputada Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

As agressões aconteceram no dia 24 de janeiro, duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque, como mostrou o vídeo acima.

Moïse apanhou de mais de um agressor que, segundo testemunhas, usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi encontrado em uma escada, amarrado e já sem vida.

Os parentes só souberam da morte na manhã de terça-feira (25), quase 12 horas após o crime.
 

G1 Bahia Foto Reprodução redes sociais

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