Artigo - O início do fim

12 de Mar / 2022 às 23h07 | Espaço do Leitor

Desde as eleições de 2006 quando Paulo Souto (DEM), governador á época, se mostrava favorito em todas as pesquisas e saiu derrotado frente a Jaques Wagner (PT), que se iniciou a hegemonia petista na Bahia, a eleição de Rui foi a cereja do bolo das ambições dos petistas no estado, e a partir daí o grupo só se fortaleceu, sempre coeso e alinhado até a última semana, quando Rui articulou sua candidatura ao senado e prometeu deixar João Leão com um mandatado tampão, indicando Otto para a cabeça de chapa e deixando o seu mentor Wagner sem disputar nada.

O PT não gostou de perder a liderança da chapa que mantém há 20 anos, por outro lado o PP do Bonitão (João Leão) era só alegria e felicidade, porque além de comandar o estado por alguns meses, ainda teria a preferência na indicação do vice, com pretensão de manter sua corrida pela reeleição e jugando não ser pertinente mudar os rumos da candidatura, o líder do PSD logo tratou de buscar nos petistas inconformados uma solução para dissuadir Rui da ideia, e então mostrando que no PT da Bahia quem manda é ele (Wagner), foi pela imprensa que o atual Governador ficou sabendo que foi desarticulado e retirado da disputa.

Pronto, está abalada a harmonia entre o Triunvirato (PT, PSD e PP) que sustenta o governo ao longo desses 15 anos, é o início do fim?

O Primeiro Triunvirato foi um acordo político envolvendo três generais de destaque no exército romano e muito benquistos pela população, Júlio Cesar, Pompeu e Crasso. Essa aliança, feita de forma informal, sem nenhum caráter legal, marcou a ascensão dos generais na política de Roma, fazendo de Júlio Cesar o cônsul de Roma em 70 a.C.

Saindo de Roma e voltando para a Bahia, as bases governistas parece não terem suportado os rumos das decisões atabalhoadas de seus líderes e o tom já é de dissolução, certamente que o favoritismo de ACM Neto assusta, entretanto o que se pode prever é que o Triunvirato não sobrevirá com os mesmo personagens, impondo uma saída honrosa para seu ego ferido, o vice governador, apoiado com unanimidade tanto no PP nacional quanto no estadual, propôs que para não rachar, será necessário que além do mandato tampão seja dado a ele a vaga para a reeleição, segundo interlocutores a oferta de Neto com ajuda de Ciro Nogueira (Ministro chefe da casa civil), acabaram que pondo um fim a uma aliança entre Rui e Leão. 

Otto fez voto de silêncio e não fala mais nada acerca da crise que ele mesmo ajudou a expandir, segundo líderes do PP, enquanto em tom de despedida Jaques Wagner se desculpa com o pepista, mas já admite que dessa vez não tem como voltar atrás, ou seja, Rui Costa deve continuar Governador e Otto vai para a reeleição no Senado. Eu sou Jorge Lins e estou de olho nas notícias.

Por Jorge Lins

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