Artigo: Ao Mestre com Carinho

14 de Mar / 2023 às 23h00 | Espaço do Leitor

Nesta segunda-feira, 13/03/2023, via na TV, um dos últimos episódios da novela: Mar do Sertão, 18 horas, quando me deparei com as cenas em que a filha professora(que já havia alfabetizado várias pessoas), do personagem Timbó, toma coragem para alfabetizar o pai e a mãe.

As cenas obviamente me afogaram em lágrimas, porque meu pensamento num zas-trás, relembrou que uma jovem artista pop, havia levantado uma polêmica ao afirmar que: "quem não tem o que fazer, vai ser professor(a), e que um professor(a), trabalha um mês inteiro para ganhar 5 mil reais, e ela por meia hora de show, recebia 70 mil reais".

Relembrei que na sexta-feira dia 10/03/2023, depois de dar aulas nos turnos da manhã, tarde e noite, tomei umas tantas brejas. Havia marcado com minha irmã no sabado, para que junto com o namorado dela, passasse em casa para me dar uma carona para o sítio da família.

Acordei numa ressaca gigantesca e só queria dormir.

Num determinado momento, sentado no banco de trás do automóvel, estaciona ao lado, um outro carro que busina insistente. Não reconhecemos o motorista, mas ele desceu o vidro e disse: É o professor?

Desci do veículo, e surpreso, ví correndo em minha direção um ex-aluno de 10 ou 11 anos de idade. Trata-se de Pablo, que fora meu aluno da 4 e 5 série do fundamental II, em anos consecutivos.

Pablo correu ao meu encontro e me deu um abraço bem apertado que durou um bom tempo.

Agradeci, perguntei pelos colegas de turma.

Nos despedimos, agradeci ao pai do aluno, e retornei para o banco traseiro do carro, sem consegui dormir durante o trajeto.

Depois de um tempo de silencio, minha irmã que foi minha professora no curso de pedagogia na UNEB, disse: "É mano, este é o capital que colhemos e aculmulamos no desempenho da nossa profissão".

Ficamos os três emocionados.

Segunda-feira, 13/03/2023, após a novela das 18 horas, fui à padaria, próxima ao Banco do Brasil de Curaçá sede, e a moça que despachava no balcão dos pães, me indagou: "O senhor lembra que foi meu professor há cerca de 20 anos?

Eu fico muito cansada depois do trabalho, mas quando lembro de suas aulas e de outros/ outras, professores/ professoras, tenho vontade de retomar os estudos".

No caminho de volta para casa, percebi uma conexão nisso tudo, e só então decidi escrever este longo texto, que intitulei de: "Ao Mestre com carinho".

DEMIS SANTANA
Curaçá-Bahia

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