MORRE O ESTADO DE DIREITO, NASCE O ESTADO DA DIREITA. A LUTA CONTRA CORRUPÇÃO ACABOU! OS CORRUPTOS VENCERAM...

Gilberto Santana

É perfeitamente compreensível que uma criança tema a escuridão. O que é difícil de aceitar são adultos com medo da luz. Quando isso acontece, prevalecem as trevas... Estamos entrando num cenário de trevas em que a luz foi ignorada, e assim, morreu pelas mãos limpas dos bandidos da lava jato, o Estado Democrático de Direito. Resultado de uma operação paradoxal onde os próprios criminosos combatem o crime, uma campanha dos corruptos contra a corrupção. Um terço do Ministério anunciado pelo traidor e golpista Michel Temer, ele próprio e mais sete ministros são indiciados na operação lava jato. Temer é o primeiro presidente ficha suja da história, está inelegível pelos próximos oito anos.

As propostas, que tentam organizar a economia, dificilmente seriam vitoriosas numa eleição direta. Assim, o atalho escolhido para eleger Temer representa uma oportunidade única de defender o ajuste como parte de um plano de salvação nacional. Como o atual vice não seria candidato à reeleição, ele poderia arcar com o ônus da impopularidade trazida pela adoção de medidas duras: no esboço de seu discurso, Temer alertou que haverá necessidade de “sacrifícios”.

Dilma não perdeu nada, sai de cabeça erguida e deixa um estado saudável, muito diferente do que foi encontrado em janeiro de 2003. Diferente do que apregoam tanto de que o país está quebrado, Dilma Vana Rousseff, antes da consumação do Golpe, deixa os seguintes dados a respeito da economia brasileira:

1) As reservas internacionais líquidas do Brasil são de US$ 376,3 bilhões (eram de apenas US$ 16 bilhões em 2002). Elas superam, com folga, toda a dívida externa do país, que é de US$ 333,6 bilhões. Assim, o Brasil é credor externo líquido em US$ 42,7 bilhões.

2) O Brasil é credor do FMI.

3) A dívida pública líquida é de 38,9% do PIB (era de 60,4% do PIB em 2002).

4) Os investimentos externos produtivos (IED) no Brasil foram de US$ 78,9 bilhões nos últimos 12 meses (Abril 2015 a Março 2016), sendo equivalentes a 4,56% do PIB;

5) O Brasil tem o 7o. maior PIB mundial (era o 13o. em 2002);

6) A Renda per Capita é de US$ 10.000 (era de US$ 2.500 em 2002);

7) A taxa de inflação está despencando e deverá fechar, segundo o Banco Central, perto do teto da meta em 2016, ficando próxima de 6,5% no acumulado do ano. Para 2017, já se prevê uma taxa de inflação perto do centro da meta (de 4,5%);

8) O salário mínimo é de R$ 880,00, equivalente a cerca de US$ 250 (era de US$ 55 em 2002);

9) O déficit externo, em transações correntes, está em 2,39% do PIB, no acumulado de 12 meses (terminado em março de 2016), e continua caindo rapidamente;

10) O Superávit comercial foi de US$ 19,7 bilhões em 2015, já acumulou US$ 14,5 bilhões em 2016, sendo que estimativas apontam que o mesmo poderá chegar a US$ 50 bilhões neste ano.

Os golpistas querem meter as mãos nas nossas reservas internacionais e entregar nossas riquezas aos bilionários de plantão! O programa da casa grande jamais seria aprovado eleitoralmente, essa é a razão de ser do golpe. O PMDB já governou o Brasil por três situações, em nenhuma delas pela via da eleição direta. Deram um golpe elaborado pelas forças reacionárias, promovido pela mídia oligopolizada, financiado pelo patronato nacional que deseja retirar direitos da classe trabalhadora e pelo capital estrangeiro interessado na privatização de empresas brasileiras e em nossas riquezas naturais, como o Pré-Sal, apoiado pelos setores conservadores da classe média com suas patéticas manifestações, formalizado pelo poder judiciário que definiu seu rito, conduzido na sua primeira fase de forma escandalosa pela Câmara dos Deputados e está sendo finalizado agora pelo Senado, cuja maioria capitula diante da pressão do poder econômico, tornando-se cúmplice da ruptura da ordem democrática.

 Pelas mãos dos golpistas nasce um estado excludente, o estado da direita, revelado em sua face misógina e racista na composição do ministério do golpe. Entre os ministros, nenhuma mulher, nenhum negro, todos homens brancos, ricos e velhos... velhas raposas saudosas das galinhas do estado, velhos adversários da democracia e da classe trabalhadora. O interino vai desmontar o estado, vejamos:

 1. O Dep. Federal Mendoncinha, do DEM, que propôs projeto de lei para acabar com as cotas nas universidades, será o novo ministro da Educação.

2. O Dep. Federal Raul Jungmann, do PPS, vulgo “Brutus” na tabela de propinas da Odebrecht, será o novo ministro da Defesa.

3. Alexandre de Moraes, Ministro da Justiça, defensor do PCC, bacharel em repressão violenta aos movimentos sociais, mestre em desrespeito aos direitos humanos, doutor em brutalidade. Notabilizou-se por espalhar o horror e a repressão no governo tucano de SP.

4. José Serra, derrotado nas urnas vai assumir como ministro das Relações Exteriores. Tem a missão de operar os interesses do capital internacional no nosso petróleo.

Meus caros amigos leitores, a eleição de Temer, se vingar, será indireta, mas seu programa não poderia ser mais direto. O plano defende o fim “de todas as indexações, seja para salários ou benefícios previdenciários”. Reajustes, entre eles o do salário mínimo, seriam negociados com o Congresso, e não haveria garantia de reposição da inflação. Aposentados também perderiam direito ao salário mínimo dos trabalhadores ativos: “(...) é indispensável que se elimine a indexação de qualquer benefício ao valor do salário mínimo”, diz a proposta. O programa também prevê idades mínimas para a aposentadoria, 65 anos para homens e 60 anos para mulheres.

O documento quer flexibilizar a aplicação das leis trabalhistas — defende que “convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos”. O Plano Temer pretende acabar com a obrigatoriedade constitucional de se gastar com Educação 18% da receita resultante de impostos. O governo também deixaria de ter que aplicar na Saúde 15% de sua receita corrente líquida.

E quem vai pagar o pato da Fiesp? Quem vai pagar a conta? É para desconfiar do interesse cívico de nossos empresários. Empresários só tem interesse no ganho de capital; não aceitaremos que a classe trabalhadora e os setores mais pobres da população sejam onerados com mais sacrifícios.

Nós não reconhecemos essa farsa construída à força. Lutamos até agora em defesa da democracia e continuaremos lutando para reconduzir o país ao Estado de Direito, ao regime democrático e para fortalecer o povo, de onde emana todo o poder, para efetuar a necessária reforma de nossas instituições políticas.

A LUTA CONTINUA! OUSAR LUTAR, OUSAR VENCER...