ARTIGO - O ÚLTIMO ATO

20 de Dec / 2016 às 23h00 | Espaço do Leitor

O último ato do Legislativo Municipal de Juazeiro-BA no ano de 2016, reflete fielmente a índole e compromisso dos nossos representantes.

A aprovação de aumento dos vencimentos dos vereadores, secretários, vice-prefeito e prefeito é o último ato   na surdina, como é de praxe dos oportunistas de plantão, que aproveitaram às vésperas de um recesso legislativo e transição de governo para colocar a cereja no seu bolo de incompetência.

Os nossos representantes seguem a mesma cartilha de Brasília.  Ignoram a crise financeira e aumentam seus vencimentos em torno de 25%. Qual trabalhador brasileiro teve esse percentual de reajuste em seus vencimentos? Qual???? E olhe que eu estou falando do trabalhador assalariado que trabalha o dia todo faça sol ou chuva, esse sim deveria ter um reajuste bem maior que 25%.

Qual é mesmo o País em que vivemos? Qual a Cidade? Um País onde o discurso é cortar gastos e rapidamente aumentam os salários de vários representantes políticos. Cadê a crise? Ela é apenas para pobre trabalhador, os políticos estão fora desse contexto. Eles podem legislar em causa própria aumentando os seus vencimentos (de vereadores de prefeito, vice-prefeitos, secretários de governo)? Que lei é essa?

Num momento tão difícil e crucial em que vive o povo brasileiro e o juazeirense, nossos representantes deveriam era diminuir os seus vencimentos e suas regalias que são muitas, mas não, eles aproveitam o momento natalino, final de ano e recesso parlamentar para cravar mais uma estaca no peito do eleitor cidadão juazeirense. Essa manobra é covarde e desrespeitosa com o cidadão trabalhador comum que na maioria deles recebem apenas um salário-mínimo.

Como não há transição alguma de governo porque não há troca de Sistema de governo, mas simplesmente de chefe, como o atual governo eleito terá maioria na câmara e a presidência daquela casa, quem manda é o executivo, então esse último ato desse legislativo é um acordão entre todos, pois vai beneficiar a todos, afinal de contas está tudo em casa. “É nós de novo”.

Por mais que nossos ATUANTES representantes do povo justifiquem a legalidade do fato, dizendo que o mesmo é legal justo, quero lembrá-los que, infelizmente, às vezes pode ser legal, MAS É IMORAL. O   País vive mergulhado numa crise financeira, que é também mundial, e Política, aumentar suas regalias e vencimentos que já são altos, enquanto a maioria do povo brasileiro sobrevive apenas com um salário-mínimo é imoral sim, é indecente.

Por mais que um edil fosse atuante, que estivesse trabalhando fielmente para defender o interesse dos munícipes, pois essa é a sua função, além de fiscalizar o executivo, um aumento de vencimento nesse momento de crise financeira é imoral.

Imoral foi o adjetivo mais apropriado que eu consegui encontrar para definir esse último ato desse precário e decadente legislativo que hora se despede. Um legislativo que deixou muito a desejar no seu papel de legislar pelo povo dessa sofrida e enganada cidade chamada Juazeiro da Bahia.

Como o acordo desse aumento é para beneficiar o grupo de edil que permaneceram no cargo e   os novos eleitos (vereadores, secretários, vice-prefeito e prefeito), dar para imaginar como será esse novo mandato: “Tudo nosso e nada do povo”. Como podemos ficar calados diante de atos como esse? Se cada juazeirense deixar ecoar a sua insatisfação seremos fortes o bastante para lutar contra esses abusos do poder.

Profº Edi Santana

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