UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES – JUAZEIRO – REPUDIA CASOS DE FEMINICÍDIO NO MUNICÍPIO

12 de Jan / 2017 às 17h53 | Espaço do Leitor

A União Brasileira de Mulheres, unidade de Juazeiro, enviou artigo ao Blog do Geraldo José, repudiando dois casos de feminicídio em Juazeiro nos últimos dias. Confira:

A mão que pesa é a mesma que assassina

MARIA NELY DO EGITO NETO e JUCY SILVA, duas mulheres assassinadas, vítimas de feminicídio. Ao contrário do que a maioria dos meios de comunicação informa, não foi homicídio, as letras estão em tamanho garrafais propositalmente, para que seus nomes sejam lembrados, para que não sejam apenas mais uma nas estatísticas.

Duas mulheres, vítimas do machismo e do patriarcado, vítimas de dois homens que acreditavam deter o poder sobre seus corpos, suas vidas! Duas mulheres mortas em menos de 5 dias na nossa região, duas vozes silenciadas e que clamavam por liberdade, pelo seu direito de ir e vir, direito de viver!

Para muitos, apenas mais um assassinato, afinal, "Quem mandou Maria brigar pelo seu direito ao patrimônio construído com muito suor de seu trabalho", "Quem mandou Jucy terminar com o namorado por rede social". Duas mulheres culpabilizadas por terem as suas vidas roubadas por dois homens que encontram apoio no machismo e patriarcalismo tão encrustado na sociedade.

Para nós, da União Brasileira de Mulheres (UBM) e para tantas outras mulheres que seguem na luta pela nossa emancipação, foram duas mulheres assassinadas pelo fato de ser mulher, silenciadas por seus ex-companheiros que as viam como sua propriedade, e que não aceitavam o fato de que elas eram livres para inclusive, se libertarem deles.

A mão que pesa é a mesma que assassina, a boca que ofende é a mesma que apoia assassinos como esse, a mão que nos abusa é a mesma que serve de base para que cada vez mais homens se sintam no direito de ter o poder sobre nossas vidas. A violência que nos cerca, ainda é maior do que a justiça que deveria nos defender. E é justamente por isso que mesmo matando, mesmo nos violentando, muitos seguem soltos e impunes, como no caso do feminicídio de RILDENY MODESTO BATISTA, cujo crime fará 1 ano em março, e seu assassino segue livre, enquanto a sua liberdade de viver foi usurpada de forma tão brutal.

Enquanto houver mordaças que tentam nos silenciar, enquanto houver mãos que nos agridem e ceifam nossas vidas, não nos calaremos e seguiremos em luta.

Somos todas Maria, Jucy e Rildeny, somos mulheres que lutam por liberdade, pela vida!

Juntas, até que sejamos realmente livres!

Bruna Barbosa
União Brasileira de Mulheres - Juazeiro/BA (UBM)

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