ATLETA JUAZEIRENSE PODE NÃO COMPETIR EM SELETIVA ESTADUAL POR FALTA DE PATROCÍNIO

07 de Mar / 2017 às 10h00 | Esporte

Há quase três anos o jovem Pedro Henrique Lima, 18 anos, descobriu o Judô no Colégio Municipal Paulo VI e desde então é uma das promessas para títulos estaduais e nacional representando o município de Juazeiro, no norte da Bahia. O jovem, que começou a treinar em 2014, está credenciado na Federação Baiana de Judô – FEBAJU - junto à instituição Judô Brasil e acumula muitas conquistas: em 2015 ficou em 3º lugar na sexta etapa do campeonato baiano; em 2016, no circuito baiano, em três etapas, obteve o 2º e 3º lugares; e no hanking geral dentro do Campeonato Baiano de Judô, Pedro trouxe para casa a medalha de bronze. “Mesmo com pouco tempo no treinamento, Pedro Henrique vem se destacando entre os atletas no estado dentro da sua categoria – mais de 100kg. Ele tem capacidade técnica, é dedicado aos treinos, mas a falta de apoio na participação das competições impede o crescimento do atleta”, explicou o treinador, professor Alan Moura.

De acordo com Moura, com a participação no circuito 2017, aumentam as chances de Pedro ser selecionado para o campeonato brasileiro. Nos próximos dias 10 e 11 de março inicia o Circuito Baiano de Judô 2017, seletiva para o Campeonato Brasileiro, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. O evento é realizado pela Federação Baiana de Judô – FEBAJU.

Além de Pedro Henrique, o Centro de Treinamento Judô Brasil levará mais 20 atletas à seletiva. Entretanto, até o momento não houve apoio de qualquer instituição ou empresa para as despesas da viagem como alimentação e transporte da equipe. Há dificuldades também para a compra de kimono aprovados para competições e que custam em média R$ 300,00. “A maioria dos atletas do judô Brasil não tem condições financeiras para custear as viagens e sempre contamos com a ajuda de amigos e parentes”, revelou o treinador.  

Superação

Pedro Henrique é um vencedor desde pequeno. Aos 4 anos, os pais dele notaram uma certa dificuldade de locomoção no menino. “Ele caminhava e quando menos esperávamos ele caia, uma espécie de fraqueza nas pernas. Consultamos vários médicos até descobrir um tipo de anemia fortíssima. Antes disso, as pernas de Pedro foram entortando e ficamos com medo dele não andar direito”, contou o pai, Rogério Lima.

Depois de mais de um ano de tratamento Pedro se recuperou e despertou para as brincadeiras de rua e os esportes. A primeira modalidade foi a Capoeira, mesmo com o receio dos pais devido ao problema nas pernas. “Eu comecei na Capoeira, mas na escola descobri o Judô e decidi mudar de modalidade”, lembrou, acrescentando que foi através dos jogos escolares que despertou o desejo de competir profissionalmente. “Em toda competição, enquanto treino, o meu pai e o Sansei (Professor Alan Moura) buscam apoio para as viagens, fazem rifas, pedem aos amigos, mas essa situação atrapalham nos treinos porque ficamos preocupados se vamos conseguir participar das competições”, desabafou o jovem.

O pai de Pedro Henrique tem reunido grupos de amigos para ajudar na realização do sonho de filho. “Temos colegas do trabalho, amigos que encontramos na rua e se comprometem a ajudar, mas sabemos que Pedro necessita de um apoio fixo para treinar e se dedicar com tranquilidade”, enfatizou. A família do atleta conta também com o auxílio do advogado Edson Cabral na captação de recursos. Cabral também lutou judô na adolescência e reconhece a importância do esporte na formação de crianças e jovens. “O esporte ensina disciplina, respeito e responsabilidade. Conheço a família do Pedro e por isso decidi ajudar também, buscar amigos e empresas para apoiar a causa”, explicou.

Por Iana Lima

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