Uso racional da água será debatido por irrigantes familiares do Norte baiano nesta quarta-feira

10 de May / 2017 às 07h25 | Variadas

As melhores soluções para a produção agrícola familiar racional e o desenvolvimento socioeconômico na região do baixo Salitre, no Norte da Bahia, serão discutidas num seminário promovido pela Associação Águas do Salitrinho, com apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O evento ocorrerá na quarta-feira (10), a partir das 8h, no auditório da 6ª Superintendência Regional da Codevasf, em Juazeiro, no bairro de Piranga.

Com a participação de representantes de entidades de produtores, órgãos ambientais, imprensa regional e autoridades políticas, civis e militares do município e do estado, o seminário abordará as atividades do Projeto Salitrinho, que é composto por mais de 320 agricultores familiares do baixo Salitre, distribuídos numa área de aproximadamente 750 hectares, dos quais, mais de 400 hectares são considerados produtivos.

Segundo avaliação de técnicos da Codevasf e de integrantes da Associação Águas do Salitrinho, desde 2010, a realidade produtiva do projeto mudou consideravelmente, principalmente no trecho compreendido entre a foz do rio Salitre até o distrito do Junco. Com isso, a produtividade de olerícolas e fruteiras tem garantido trabalho e renda para diversas famílias da região.

O superintendente regional da Codevasf em Juazeiro, Misael Aguilar Silva Neto, explica que a Codevasf, nos últimos meses, fez algumas intervenções para desassoreamento do rio Salitre, justamente para melhorar a oferta de água para as comunidades e produtores que dependem do rio. "Agora, com esse encontro, vamos reunir órgãos dos governos federal, estadual e municipal para debatermos junto com os salitreiros melhorias e experiências para aumentar a produtividade agrícola local de forma responsável", conclui Misael Neto.

Atualmente, os principais cultivos existentes no baixo Salitre são de culturas anuais, como melão, cebola, tomate, melancia e abóbora. Em menor quantidade, são produzidos quiabo, pimentão, pimentinha e repolho. Dentre as fruteiras, a manga e a goiaba tem destaque, seguidas pela produção de banana e acerola.

O desafio agora é melhorar a gestão da água usada na produção, o que manterá o projeto em plena atividade e evitará conflitos pela água.

Uso da água

A água do projeto Salitrinho é fornecida pela Codevasf por meio de duas adutoras, implantadas pela Companhia a partir do projeto público de irrigação do Salitre, no município de Juazeiro. Em 2015, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou à Codevasf que realizasse a cobrança pelo uso água, mediante tarifação específica. Até então, os agricultores familiares não pagavam por isso, já que o governo federal, por meio da Companhia, custeava todo o sistema de adução e distribuição, numa vazão aproximada de 900 litros por segundo.

Para gerenciar o uso dessa água, foi criada – em parceria com a maioria dos agricultores do projeto – a Associação Águas do Salitrinho, que hoje funciona semelhante a um distrito de irrigação. A entidade possui dois funcionários e é composta por um conselho administrativo, com oito pessoas, e um conselho fiscal, com três integrantes.

Nas reuniões realizadas pela associação, com a participação de representantes da Codevasf, são analisadas questões como o descumprimento de pontos do estatuto da associação, como o plantio de áreas de tamanho acima do permitido, inadimplência referente ao pagamento da tarifa de água e até ligações clandestinas de energia elétrica.

Rio Salitre

O Salitre é um rio que nasce na localidade de Boca da Madeira, no município de Morro do Chapéu, e percorre cerca de 333 quilômetros até desaguar em Juazeiro, a jusante da barragem de Sobradinho. Na região de Juazeiro, o rio foi subdividido em três partes: alto, médio e baixo Salitre. Devido à presença da água e à qualidade dos solos, o vale do rio Salitre foi um dos pioneiros na prática da agricultura irrigada.

Ascom/Codevasf

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