Jornalista diz ter sido agredida por policiais militares durante blitz. Policias apresentam outra versão

25 de Sep / 2017 às 11h26 | Variadas

A jornalista Sheila Souza, de 28 anos, usou as redes sociais para denunciar que foi agredida por policiais militares durante uma blitz na quadra 508 Sul do Plano Piloto, em Brasília. A vítima diz ter sofrido chutes e pontapés de três PMs.

Na publicação no Facebook, a jornalista diz que os policiais viram que ela não portava o licenciamento obrigatório de 2017. No entanto, foi verificado que os documentos estavam em dia. Em seguida, um dos policiais teria pedido para que ela fizesse o teste do bafômetro. Quando Sheila disse que não havia ingerido álcool, o agente teria se exaltado.

O procedimento foi realizado após a insistência do PM e, segundo o relato, o resultado nunca foi mostrado. Sheila disse que foi jogada no chão e algemada. Foi então que ela foi espancada, levando socos e puxões de cabelo pelos policiais.

“Um país em que três homens e uma mulher fortemente armados batem em uma cidadã como eu, sem que se pese nenhum motivo contra minha conduta, é realmente lamentável. Fui atacada e não vou descansar enquanto a justiça não for feita”, escreveu a jornalista.

Segundo o Metrópoles, o caso está sendo apurado pela equipe da 5ª Delegacia de Polícia (região central). A jornalista alegou que pretende processar a PM do Distrito Federal (PMDF) pela agressão.

Outro lado
Trecho do boletim de ocorrência registrado na 5ª DP apresenta uma versão diferente da divulgada pela jornalista. Segundo o texto, baseado no relato dos policiais militares que atuaram no caso, ao ser abordada a condutora inicialmente se recusou a fazer o teste do bafômetro, embora apresentasse hálito etílico. Ela teria ficado “muito alterada”, inclusive chamando um dos PMs de “muito incompetente”, ao ser informada que teria recolhida a habilitação e seria multada.

Ainda exaltada, conforme registrou a Polícia Civil com base no depoimento dos militares, a condutora enfim teria concordado em fazer o teste, que indicou 0,25mg/l, “comprovando que a mesma estava sob influência de álcool”, diz a ocorrência. Ela teria recebido voz de prisão por ter desacatado os militares e acabou contida por uma PM após ter sentado no banco do passageiro da viatura e se recusado a ir para o banco de trás, onde andam as pessoas detidas.

Segundo o relato dos PMs, a condutora teria desferido socos e tapas com a chave do carro em mãos, o que haveria lesionado a boca e o rosto da policial. Os outros militares, então, intervieram para conter Sheila, que foi algemada e conduzida à 5ª DP (veja, abaixo, o trecho do boletim com a versão dos PMs).

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Acionada pela reportagem, a PMDF disse que o caso ainda não foi formalizado junto à corregedoria. A corporação acrescentou que “após a formalização da denúncia e a instauração do devido processo, será analisado se houve excesso por parte dos policiais. Se comprovado o fato, os envolvidos serão punidos conforme a lei.”

Fonte: NMB Reprodução Facebook

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