UMA LÁGRIMA POR ENQUANTO...

23 de Oct / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

Na maioria das vezes gosto de convidar nossos diletos leitores a participarem comigo daquilo que costumo compartilhar aqui, semanalmente. Sempre entendi que não há nada melhor do que dividir, pois, quando assim procedemos, a tendência geralmente é voltar multiplicado, aprendi isso desde cedo!

Não é de hoje que venho batendo numa só tecla de uma forma repetitiva eu sei, mas, não consigo resistir ver a situação do Rio São Francisco, que virou um moribundo do mundo e agora, até que enfim, parece que começaram a ver suas condições esquálidas desfalecendo-se...

Digo que começaram a ver, porque tenho percebido o envio das mais variadas matérias para os blogs, e alguns, muitas vezes, se aproveitando da situação para aparecerem, pois, nada de concreto conseguem apresentar, nada a fazer, nada a acontecer... Como sempre, não passam de conversinhas moles, para enganar, como de costume.

Aproveitam-se, apenas, para fazerem cena; nem uma linha sequer são capazes de escrever e enviar para aquele Palácio onde a dinheirama impera e tem corrido solta, para atender do dia para a noite centenas de Emendas Parlamentares, prevalecendo o famoso e antigo toma lá dá cá, como sempre fazendo do nosso dinheiro moeda de troca para se livrarem de processos ou perda de mandatos... Nossa Reação? A mais tímida, impossível!

A ilustração motivo de inspiração para escrever esse texto, tem muito a ver com a situação do nosso Rio, pois daqui a pouco, quem sabe não mais estaremos no Vale do São Francisco, mais sim num Vale de Lágrimas... Sinceramente, espero que possamos continuar sendo chamados como uma Região promissora, e não um lugar do já teve isso, já teve aquilo, ou ainda, do já teve tudo e hoje não tem nada... Tomara que isso não aconteça, não mesmo! Mas, como tenho dito, desenhado está!

Se olharmos para o Alto São Francisco onde as chuvas precisam cair abundantemente, apenas uma vaga perspectiva para o próximo mês, e olhe lá. Se olharmos para o submédio, por aqui nem sinal. Aqui tem sim, festas e festejos abundantes e programações para o Carnaval que ninguém sabe se terá ao menos água para beber, a não ser que seja mineral...!!!

Aqui a gente ver desperdícios postados em várias páginas digitais, assim como nessa manhã de sábado quando, enquanto escrevo, estou lendo sobre algumas irresponsáveis agressões ao Rio, através dos piores dejetos vindos de esgotos. Assim, senhores e senhoras, estamos cometendo um suicídio lento e não é por falta de aviso, porque o que não tem faltado aqui são boletins sobre a situação desse paciente que está na UTI ofegante em estado terminal...

Um amigo sabendo da minha permanente preocupação pelo triste estado em que se encontra o Rio São Francisco, enviou-me na semana passada algo que vou transcrever abaixo, escrito há mais de 40 (quarenta) anos pelo sábio Carlos Drummond de Andrade que, mesmo residente longe das margens ribeirinhas do Velho Chico, anteviu o quadro hoje constatado:

“Está secando o Velho Chico, está morrendo, está mirrando. Já não quer saber de lanchas-ônibus, nem de Chatas e seus empurradores. Já te estranham meu Chico. Desta vez encolheste demais. O cemitério de barcos encalhados se desdobra na lama que deixaste. Mulheres quebram pedras no pátio ressequido que foi teu leito e esboça teu fantasma.”

Dica de vida: “O fio d’água (ou lágrimas?) escorre entre carcaças.” Observo que o Povo, através de pessoas como o saudoso e ilustre escritor acima mencionado tem feito a sua parte; eles, porém, tem feito a parte deles de forma inversa: Corromper, ser corrompido. Usurpar, formar quadrilhas, cometer peculatos e, sem vergonha alguma, negar até mesmo suas próprias digitais... Isso é o quê?

Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do blog.

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