COLUNA DA COPA: Nada como uma copa após a outra e despedida de um injustiçado

Nada como uma copa após a outra

O futebol realmente é um exemplo para a vida. Nada como um dia após o outro para dar a volta por cima. No caso do goleiro Akinfeev, da Rússia, nada como uma copa, após a outra.

Quem não se lembra do “frango” que o goleiro tomou na Copa de 2014 no Brasil diante da Coreia do Sul? Entrevistado logo após o ocorrido, ele chegou a dizer: "Foi uma falha tremendamente infantil. Um gol ridículo. É totalmente minha culpa”.

Quatro anos depois, tudo muda, o arqueiro da dona da casa vira herói, pega dois pênaltis, elimina a favorita Espanha e classifica seu país para as quartas de final da Copa do Mundo.

É ou não é demais, esse tal de esporte?

 

Obrigado, Andrés

Um dos maiores jogadores de todos os tempos. Não, não estamos falando de Messi ou Cristiano Ronaldo. É que talvez se esses dois mitos do futebol não existissem nesta década, trataríamos Andrés Iniesta com um maior protagonismo. O craque que fez toda sua carreira em alto nível no Barcelona foi um injustiçado.

Referência dentro e fora de campo, que conduz e controla o jogo como ninguém, Iniesta marcou época e talvez seu maior talento tenha sido facilitar o jogo para os demais. Por várias vezes, o jogador disputou a Bola de Ouro mas nunca conseguiu vencer o prêmio, que pena...para a premiação.

O espanhol, que já encerrou sua trajetória no clube que o formou (Barcelona), agora coloca fim, na Rússia, sua história pela seleção. No final da partida, ele comentou sobre este fim: "É uma realidade, essa é a minha última partida pela seleção. No nível individual, uma fase maravilhosa acabou, e às vezes os finais não são como você espera ou sonha. No geral, é provavelmente o dia mais triste da minha carreira".

Vamos sentir sua falta, Andrés.

 

Perigo em dobro

O futebol vem mudando nos últimos anos, principalmente quando falamos em tática, estudo dos adversários e por aí vai. E é verdade, a evolução saltam os olhos e com este avanço, alguns conceitos ou maneiras de jogar caíram em desuso.

Por exemplo, nesta Copa do Mundo, o sistema de jogo mais utilizado são dois jogadores abertos em cada ponta, geralmente velozes e um atacante de área ou não no centro. Uma seleção neste mundial joga à moda antiga e vem se dando bem.

A seleção do Uruguai do “maestro” Oscar Tabarez conta talvez com a melhor dupla de ataque do mundo. Não só pela escassez deste sistema, mas é que estamos tratando de Edison Cavani e Luiz Suarez. O boa campanha dos uruguaios neste mundial, sem contar com a forte defesa, passa também pela boa fase desta dupla.

Olho neles!

Favoritismo é para poucos

Apesar da vitória diante da Dinamarca e vaga garantida nos penaltis para as quartas, a Croácia não soube, definitivamente, lidar com o favoritismo em campo.

A seleção comandada por Modric e Rakitic entrou pela primeira vez nesta Copa, como favorita e uma fortíssima candidata a chegar na final do mundial pelo que apresentou na primeira fase e não fez uma boa apresentação diante dos dinamarqueses nas oitavas de final.

Este peso de tomar as rédeas da partida foi demais para o time croata. A seleção europeia jogou a partida inteira retraída, esperando a Dinamarca tomar as decisões e pouco fez de criativo no jogo.

O fato da seleção da Croácia está a 20 anos sem chegar a um mata-mata talvez tenha pesado neste momento. Exageraram na cautela.

Joga seu futebol, Croácia.

Por Bruno Lopes