Portadora de necessidades especiais revoltada com descaso de transporte público em Juazeiro

Me chamo Adriana Oliveira, sou moradora do Residencial Juazeiro III no bairro Itaberaba. Geraldo, o que me traz aqui fazer essa reclamação séria, é a situação que enfrentei na data de ontem, 11/12/18, terça feira, quando por volta das 18:20 me encontrava no ponto de ônibus, lateral a SAMU, na espera do ônibus que faz a linha Circular R1 saindo do terminal de coletivos às 18:55.

Bem, sou uma portadora de necessidades especiais tendo como algumas enfermidades: neuropatia, fibromialgia crônica, hérnias de disco, entre outras, por esse quadro de saúde que vem se agravando rapidamente faço uso dos transportes coletivos de passageiros pelas portas traseiras ou do meio, quando o veículo possui três portas, pois não tenho condições de passar pela catraca pelo meu estado para evitar machucados e há cerca de aproximadamente quinze dias meu acesso aos veículos só é possível quando esses possuem o elevador de acessibilidade.

A minha indignação foi imensa na data de ontem pois o primeiro veículo que tentei pegar passou no ponto da SAMU 19:00 ( sendo que o horário de saída do terminal, como informado acima seria às 18:55) e logo ao parar percebi que o mesmo não possuía o referido elevador. Fui assim, orientada pelo motorista, a tentar ir para outro ponto retornando ao centro para assim tentar pegar o Circular R2 pois o mesmo tinha o elevador e a sairia às 19:10 do terminal.

Sem muitas condições de locomoção, atravessei a pista e rapidamente consegui adentrar em outro veículo pelo elevador na tentativa de ir para o ponto de ônibus do Lomanto Júnior pegar esse referido Circular R2. Exatamente às 19:10 eu já estava nesse ponto onde fui informada que esse coletivo já havia passado, ou seja, esse ônibus passou antecipadamente em relação ao horário marcado. Cansada e com dores, mais uma vez atravessei a pista movimentada nesse trecho e me dirigir a mais um ponto sendo esse lateral ao Dique de Calú para mais uma vez aguardar o próximo coletivo e assim às 19:55 passar mais um ônibus sem o elevador de acessibilidade.

O nervosismo deu lugar ao cansaço, mais dores e sensação de descaso visível, melhor citando: sensação de impotência e fragilidade. Só me restava aguardar o próximo coletivo da linha vendo além de mim as pessoas que estavam no ponto de ônibus revoltadas por verem a minha situação de dor aumentando e assim o próximo coletivo que partiu do terminal às 20:30 parou no ponto pra mim quando eu pensei que felizmente conseguiria embarcar já que o veículo de número: 700 tinha o referido elevador sendo de imediato informada pelo motorista que esse dito elevador para passageiros especiais ou com mobilidade reduzida estava quebrado.Imagine você chegar num ponto de ônibus 18:20 tentando ir para casa repousar e tranquilizar meu quadro álgico e até às 20:30 nenhum coletivo da linha atendia a passageiros que necessitavam de algo imprescindível para um deficiente na parte motora.

A última e próxima alternativa seria o ônibus que sairia às 21:15 do terminal de ônibus e quando esse coletivo parou no ponto que eu estava mais uma decepção, o coletivo também não tinha elevador e assim com muita, mas muita dificuldade alguns passageiros me ajudaram a subir não podendo evitar que me machucassem, necessariamente, principalmente na parte da coluna por me segurarem e assim fui com dores e chorando até o ponto que iria desembarcar quando tive a ajuda do motorista e de mais um homem para descer em meio ao sofrimento das dores fortes. 

Geraldo José, pergunto a você: * Como é permitido um ônibus rodar com o elevador quebrado, se é que realmente estava como no caso do veículo 700, já que aqui nas imediações temos alguns portadores de necessidades que precisam usar esses elevadores e a fiscalização da secretaria de Transportes fez vistoria recentemente?

Como é permitido pela empresa, ônibus seguidos rodarem na linha sem esse equipamento ( elevador)? Questiono ainda sobre os assentos prioritários pois nessa linha Circular ( R 1 e 2) são raros os veículos que possuem esses assentos após a catraca e quando encontramos não tem a placa de identificação como locais reservados a prioridades. Será que não temos direito nesses ônibus que legalmente permitido? Passei a noite com uma crise muito forte e isso posso agradecer a Joalina por me “ obrigar” a pegar um coletivo sem elevador sofrendo sem condições para subir.

O descaso não é de agora, já caí algumas vezes dentro de ônibus, já fui retirada as pressas nos braços de pessoas que foram socorrer os passageiros que recentemente estavam no coletivo que quebrou o eixo dianteiro quase virando na pista e esse episódio me levou para UPA . Em nenhum episódio de acidentes dentro desses ônibus a empresa se quer entrou em contato comigo para saber como eu estava e agora continuar no sofrimento quando me deparo com ônibus seguidamente sem elevadores.

Ao pensar que a revolta seria somente na data de ontem, hoje, 12/12, a situação se repetiu dois ônibus seguidos sem elevador, eu precisando ir para médicos e comprar medicações, me vi presa num bairro onde não dispomos de outra linha próxima . Mas precisamente às 09:30 o segundo ônibus a passar no ponto não tinha o elevador então solicitei ajuda ao motorista para subir e o mesmo disse que não poderia fazer nada recebendo ajuda de alguns passageiros para embarcar e desembarcar nesse referido coletivo no qual assim como eu com limitações já havia um cadeirante que enfrentou a mesma dificuldade.

Moramos em bairro periférico, mas pagamos igualitariamente o valor da passagem de outros bairros de classe média, sendo assim, é um direito nosso usufruirmos de ônibus em melhor qualidade para atender a todos os passageiros sem distinção.

Difícil e lamentável essa situação!!!