Alvo de secretário de assuntos Fundiários, escolas do MST são consideradas referência em alfabetização no campo

O secretário especial de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia, afirmou que pretende fechar as escolas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), chamando-as de “fabriquinhas de ditadores”. Em entrevista à revista Veja, Nabhan Garcia disse que o movimento de luta pela reforma agrária é uma “organização criminosa” e defendeu o direito de os fazendeiros utilizarem armas de fogo quando tiverem propriedades improdutivas ocupadas.

Segundo a assessoria de imprensa do MST, cerca de 1,5 mil escolas do movimento são responsáveis pela educação de crianças e jovens de 7 a 14 anos. Destas, 1,1 mil são reconhecidas pelos conselhos estaduais de educação e cultura. Mais de 200 mil estudantes têm acesso à educação graças ao MST. As escolas somam cerca de 4 mil professores, além de 250 educadores que trabalham nas Cirandas Infantis – onde é realizada a educação de crianças de até seis anos ou na faixa da alfabetização. São 320 cursos divididos em 40 instituições de nível fundamental, médio, técnico, superior e educação de jovens e adultos (EJA).

A auto-organização do movimento permitiu que mais de 20 mil pessoas fossem alfabetizadas no Maranhão, estado com a terceira maior taxa de analfabetismo no país. As aulas do programa "Sim, eu posso", inspiradas no método cubano de alfabetização, são oferecidas em 15 municípios com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. 

Segundo o Índice de Desenvolvimento na Educação Básica (IDEB), duas escolas do MST no Piauí obtiveram em 2018 os maiores índices na educação básica. O IDEB foi criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Segundo informações do portal do Ministério da Educação, ele funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da educação pela população.

Redação Blog Foto: MST