Possível contaminação da Bacia do São Francisco, por rejeitos de Brumadinho, repercute nas cidades banhadas pelo rio 

Continua repercutindo em todo o Brasil e especialmente nas cidades banhadas pelo Rio São Francisco, de Minas Gerais a Sergipe, a constatação anunciada pela Fundação SOS Mata Atlântica, como já divulgada pelo Blog Geraldo José, de contaminação da Bacia, via Lago de Três Marias, em Felixlândia, na Região Central de Minas.

A publicação da Fundação, que monitora o Rio Paraopeba desde o rompimento da Barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho, constatou turbidez no centro do reservatório acima do aceitável (248 NTU) e concentração elevada, acima do limite legal, de metais pesados como o manganês, ferro, cobre e cromo.

De acordo com Malu Ribeiro, coordenadora do Projeto Água, da Fundação SOS Mata Atlântica, “A situação preocupa muito, principalmente por que a temperatura da água do reservatório de Três Maria está acima do normal, pondo em risco inclusive a atividade dos criadores de tilápia”, explicou.

Uma das maiores preocupações dos ambientalistas envolvidos neste monitoramento é que além da água imprópria para consumo, aconteça o carreamento da chamada pluma ou onda de rejeitos de minério ao longo do leito do São Francisco em direção ao Oceano Atlântico.

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam)/Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), responsável pela análise do Governo de Minas, confirmou que os rejeitos chegaram à UH Retiro Baixo, mas negaram que a lama tenha chegado a Três Marias. O Instituto confirma que os rejeitos já percorreram cerca de 310 quilômetros e estão entre os municípios de Pompeu e Curvelo, no remanso do reservatório da usina de Retiro Baixo, sem precisar o período que a lama chegaria ao reservatório de Três Marias.

(Foto: LÉO BARRILARI/FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA/DIVULGAÇÃO