Hidrelétrica de Três Marias atinge 81% de volume útil e garante regulação do rio São Francisco e da barragem de Sobradinho

A importância da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região Central de Minas Gerais, vai além da geração de energia, pois seu reservatório é o principal responsável pelo abastecimento de água para os municípios, além de aquecer a economia e o turismo da região. Este ano, nos cinco primeiros meses, o reservatório se recuperou das severas secas dos últimos anos, chegando a 81% do seu volume  útil. Este índice não era alcançado desde o período chuvoso de 2011-2012 e demonstra que a política de gestão adotada pela Cemig, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Águas (ANA) está no caminho certo. 

A operação de Três Marias é fundamental para a regulação do Rio São Francisco, no trecho entre a barragem e a Usina de Sobradinho, na Bahia. “Os reservatórios do setor elétrico são operados sob a ótica dos múltiplos usos, desde o advento da lei nº 994/2000, que criou  a Agência Nacional de Águas. Assim, durante os últimos anos da persistente crise hídrica, ainda no início do período seco de cada ano, tem sido fundamental a elevação da vazão defluente da usina de modo a garantir todos os usos a jusante”, afirma o gerente de Planejamento Energético da Cemig, Marcelo de Deus Melo. 

O especialista ressaltou o trabalho realizado nos últimos anos, em parceria com a comunidade e o poder público federal, estadual e municipal. “Durante esse período de restrição, que a região Sudeste do país enfrentou a partir de 2014, a gestão constante e cuidadosa da Usina de Três Marias permitiu que, mesmo nos momentos de maior dificuldade, fossem garantidos os recursos para o abastecimento humano e a dessedentação animal”, disse.

Um dos principais beneficiados pela usina tem sido o Projeto Jaíba, grande produtor de grãos e vegetais. 

“O uso que define a geração da Usina de Três Marias é o Projeto de Irrigação do Jaíba, localizado a mais de 300 quilômetros na Bacia do Rio São Francisco. Todas as decisões para atender esse importante projeto são definidas por um comitê liderado pela ANA, com participação do ONS, Cemig, Chesf e o Comitê da Bacia, dentre várias outras instituições, durante reuniões realizadas quinzenalmente”, destaca.

Apesar de ser uma das usinas da Cemig com maior potência instalada (396 megawatts), a Usina Três Marias assume um papel ainda mais essencial quando o assunto é abastecimento de água. “Sem esse recurso, a população das cidades a jusante e a montante, e o desenvolvimento econômico da região seriam muito prejudicados”, afirma o gerente da Cemig. “Turismo, aquicultura e pecuária correriam o risco de desaparecer, sem falar  em problemas para o abastecimento humano”, acrescenta.

Três Marias foi um marco na engenharia brasileira porque sua construção, nos anos 1960, permitiu ao país adquirir conhecimento para a construção de grandes barragens de geração elétrica.  A concessão da usina se encerrou em 2015, e a sua renovação até 2045, junto com a de outras 17 usinas, foi adquirida pela Cemig durante leilão realizado pelo governo federal. 

Redação Blog Foto: Cemig