Artigo - Você quer conhecer uma pessoa? Veja quem são os inimigos dela!

Eu afirmo que a qualidade dos adversários é "a medida essencial para se avaliar o caráter de um homem", e isso, eu aplico na minha vida e na vida daqueles que sempre estão próximos a mim. Mas, você agora deve estar se perguntando: por que cargas d'água o Erry está iniciando esse artigo desse jeito? Eu respondo: todos nós vivemos nessa vida dentro de uma luta, independente de você aceitar isso ou não. Basta cada um observar o seu dia-a-dia e constatar quantas intempéries atravessamos ao longo da semana. São várias! Por isso eu pergunto: contra o que e contra quem você tem lutado meu amigo (a) leitor (a)? Todos nós acreditamos em algo e teorizamos esse algo como ideologia. Mas se aplicarmos esses referenciais que mencionei acima com a triste situação de nossa política juazeirense, veremos muitas intersecções no campo das ideias.

É sabido que cada um tem uma opinião divergente à do outro, Mas é sabido também que no campo das opiniões existem pontos em que estas se assemelham e as tornam paralelas por afinidade. Só que se tratando de Juazeiro-BA, algumas bandeiras ideológico-partidárias não apresentam os mesmos valores que vemos nas mesmas pelo âmbito nacional. Juazeiro é um ponto totalmente fora da curva no tocante a partidos políticos e suas coligações de apoio, ainda que essas estejam proibidas pelo TRE. Essa Eleição de 2020 será sem sombra de dúvidas a mais atípica, a mais esquisita e a mais disputada! Em pleno agosto de 2019 já podemos ouvir de longe o barulho dos tambores aquecendo o "desfile" dos pré-candidatos e seus asseclas. Entretanto, as próximas eleições para prefeitos e vereadores será certamente uma eleição onde os partidos políticos terão poucas "cartas na mesa" para disputarem o voto.

Digo isso porque velhas ideologias de esquerda e de direita insistirão em fazer o inútil joguinho do "nós contra eles", do "ladrão contra o honesto", do "forasteiro contra o filho dessa terra", da "nova política contra a  velha política", do "doido contra o lúcido", do "comunista contra o conservador de direita" e por aí vai... É imprescindível se dizer que o eleitor não é mais trouxa. Ele já se cansou de ouvir muitas promessas infundadas, onde o emprego fácil na prefeitura, a obra faraônica e o dinheirinho para se comprar um saco de cimento ou um botijão de gás, no final das contas trarão mais repulsa aos corruptores do que interesse. Depois de tantos escândalos revelados pela imprensa (e que estão por se revelar) o povo já não quer trocar uma barganha por quatro anos de desgoverno como estamos vendo hoje aqui em nossa cidade!

Mas, e aquele conceito que eu disse acima, sobre a questão "da qualidade dos adversários como sendo a medida essencial para se avaliar o caráter de um homem?" É exatamente aqui que se aplica essa ideia. Voltemos para a nossa tão sofrida Juazeiro, o que vemos aqui? Vemos pessoas muito antes do início das eleições já se digladiando. Algumas se impõem e outras saem feridas! Mas... Observe meu caro leitor (a) quem é o mocinho e quem é o bandido da estória: ninguém (risos). Você quer conhecer seu candidato (a) veja quem são os inimigos dele! Veja quem quer destruí-lo em sua reputação, veja quais são as armas que ele utiliza para desmoralizar seu candidato (a). Veja também quem são os amigos do inimigo de seu candidato (a). Veja a ficha criminal dele, sua família, seu desempenho no trabalho secular, o que o pastor (ou padre) dele diz a seu respeito. É tão fácil fazer essa investigação em tempos de internet.

E por fim, eu digo que a mídia juazeirense também precisa rever o seu papel. A militância ideológica não pode usurpar a ética jornalística que tem como dever a informação dos fatos. Opiniões precisam ser ditas com responsabilidade (como aqui eu tenho feito) e, no fim de tudo, a promoção do consenso com base no diálogo deve ser o norte para todos. A canção autoral Soldados da banda LEGIÃO URBANA (uma das minhas preferidas) diz exatamente essa frase que foi o motivo dessa minha provocação:

"... Quem é o inimigo, quem é você? Nós lutamos tanto sem saber por que lutar?"

Ou seja, em que exatamente estamos trabalhando todos os nossos dias? Será que nós "estamos lutando sem saber por que lutar?" Contra quem estamos disparando os nossos canhões ideológicos? Será que a causa de nós travarmos tantos embates é de fato a nossa causa ou puro interesse dos espertalhões que a gente tanto venera? Abramos os nossos olhos e não sejamos massa de manobra! Pense muito bem e Siga O Fluxo Gente Amiga, mas com muito cuidado...

ERRY JUSTO

Radialista e Jornalista