Crônica – MAIS BRASIL, MENOS PAIXÕES!

Em algum texto anterior, em que me reportei ao fato de que “Os Garotos do Presidente” mais atrapalhavam o seu governo do que ajudavam, expressei o desejo de que S. Excia. nos brindasse com um belo presente, concedendo aos filhos não apenas a Embaixada americana para um deles, mas, escolhesse logo três e os mandasse para bem longe, e tenho certeza que o Senado faria um pacote único e aprovaria por unanimidade... Imagino que, por amar os filhos, como pai dedicado que é, isso não seria um ato de nepotismo, mas uma forma de protege-los.  O maior risco que poderia resultar, é que trocaríamos os muitos aborrecimentos internos que eles fartamente vêm criando, por atritos internacionais de consequências imprevisíveis, em decorrência da óbvia falta de habilidade diplomática que exibiriam! Porque não dizer, uma tremenda falta de educação desse trio que, certamente, ainda vai causar prejuízos, e muitos, em desfavor do pai presidente. Não duvidem!

Ufa, como atrapalham! Um deles, o Carlos, ao invés de usar o cargo de Vereador no Rio de Janeiro para ajudar a sofrida população carioca, fica brincando no twitter do pai e postando repetidas bobagens de toda ordem e de forma imatura, as quais provocam imediatos pedidos de desculpas pelo equívoco cometido. Tudo bem que as redes sociais tiveram um peso considerável na eleição do Presidente, mas é hora de produzir coisas mais úteis e acabar com o uso indevido desse espaço para tantas futilidades!

O Trump deve estar muito agradecido pelo Presidente ter estornado, em tempo, o pensamento de mandar o Deputado Eduardo pra lá como Embaixador, cargo para o qual não detém qualquer perfil. Optou por virar líder do PSL e já cometeu o absurdo de advogar a volta do AI-5! Para variar, já pediu desculpas! Quem aguenta? O outro filho, o Flávio, que saltou de Deputado Estadual no Rio para o Senado, nunca subiu à Tribuna para falar qualquer coisa útil, talvez porque lhe pesa sobre os ombros a denúncia no processo ligado à “rachadinha” com o salário dos servidores que trabalharam no seu gabinete quando Deputado...

Mas, chega de falar desse trio melancólico, e vamos pensar num Brasil de melhores perspectivas, em que a economia começa a apresentar sinais de vida, com a taxa básica Selic caindo a 5%, e assim alcançando o seu menor nível histórico, além da Balança Comercial ter atingido no mês de outubro o melhor superávit dos últimos tempos. Ressalte-se que a Reforma Tributária será a próxima etapa de luta no Congresso Nacional e sinaliza perspectivas positivas para novos investimentos no país.

Uma outra coisa de que o Presidente da República não pode perder de vista, é o fato de que nenhuma nação sobrevive sozinha no mundo, e assim é preciso adotar uma postura de ser mais Estadista e solidário, e menos radical, ainda que para isso tenha de administrar divergências político-ideológicas. É preciso assumir atitudes de integração, amizade e respeito mútuo. Dois episódios recentes foram marcantes, a exemplo do diálogo pouco elegante com o Presidente da França, na crise gerada pelos incêndios da Amazônia, bem como a recusa em cumprimentar o vencedor da eleição na Argentina! Ora, é exponencial o papel da Argentina na relação comercial e vice-versa, e isso não pode ser desprezado por questões políticas pessoais. Se esse fosse o caminho correto, não haveria negócios comerciais entre EUA e China, ainda que briguem de forma acirrada com frequência!

Torço para o Brasil dar certo e recuperar a desejada estabilidade econômica. Jamais integraria o time do quanto pior melhor por questões ideológicas apenas, como o fazem alguns. É impositivo reconhecer, contudo, que o voto do brasileiro foi ao Presidente e não aos seus familiares, razão porque o repúdio a essa imaturidade tem consistência.

Criticar com imparcialidade é um direito democrático, mas as intolerâncias e as mentiras construídas de maneira criminosa por alguns setores mais radicais, são inaceitáveis. É preciso pensar MAIS no BRASIL e MENOS nas PAIXÕES pessoais e partidárias. E se isso acontecer o mais rápido possível, a Nação agradece.

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA