Fogo florestal recomeça na região da Chapada Diamantina, na Bahia

A trégua foi curta e os antigos focos de incêndios na Chapada Diamantina e no seu entorno reapareceram na virada do ano e nesse domingo (3) ameaçavam cidades como Ibicoara e Mucugê, no Parque Nacional. Áreas de vegetação ressequida próxima às cidade da região movimentaram brigadistas, bombeiros e aeronaves no combate às chamas, que também ocorrem em outras áreas do Estado. Em Iguaí, por exemplo, na região Sudoeste, próximo à Vitória da Conquista, um grande incêndio na vegetação próxima à cidade assustou os moradores na véspera do Ano Novo, tendo sido debelado ontem. A situação também é de alerta, conforme explicou o secretário estadual de meio Ambiente, Eugênio Spengler.

Na última sexta-feira, Dia de Ano Novo, segundo informações da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, surgiram focos de incêndios nos arredores das cidades de Ibicoara e Mucugê. “A área que mais preocupa é Ibicoara porque é onde há uma situação muito insistente do fogo, que no sábado assumiu proporções maiores”, disse o secretário. Quatro aviões e um helicóptero, além de bombeiros e brigadistas voluntários estão envolvidos no combate às chamas na região.

Foram detectados focos de incêndios também nos municípios de Lençóis e Palmeiras. Em áreas do Morro Branco, no Vale do Capão, voltaram a registrar focos de incêndios. Na Serra do Veneno, na região de Lençóis, também foram vistas chamas consumindo a vegetação. Há ainda incêndios registrados em Baixão e Machombongo, município de Ibicoara, e em regiões fora da Chapada Diamantina, nos municípios de Jacobina e Ilhéus. No Sul do Estado.

El Niño

O coordenador de Ações Estratégicas da Defesa Civil do Estado, Paulo Sérgio de Menezes explicou que enquanto persistir o fenômeno do El Niño, que provoca o aumento da estiagem na Região Nordeste, os riscos de surgirem focos de incêndios em várias regiões da Bahia permanecerá. “Até abril, quando se estima a duração do fenômeno, o alerta será permanente e os perigos também”, disse. O coordenador alerta para a baixa umidade do ar, os ventos fortes e o clima seco, que aumentam os riscos de novos focos não apena na Chapada e Semiárido, mas em quase todo o estado, por causa da falta de chuvas na região. “O que nos preocupa é que essa situação vai encontrar um clima ainda mais adverso, com vegetação ressequida e uma estiagem em quase todo o estado que vem sendo prolongada desde 2013”, completou.

Equipes da Secretaria estadual do Meio Ambiente estão elaborando um programa de restauração florestal, educação ambiental e monitoramento de incêndios, em parceria com da BRAL e da Conservation International - CI, com recursos de aproximadamente R$ 3 milhões para restaurar as áreas incendiadas localizadas em áreas de preservação permanente, como nascentes de rios, criar um programa de educação ambiental permanente para a população da região, e um sistema de monitoramento de incêndios que aumente a velocidade de resposta às ocorrências de queimadas através de ações preditivas e preventivas.

Tribuna da Bahia