Lula se reúne com Dilma para discutir depoimento no impeachment

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou no início da noite deste domingo (28) ao Palácio da Alvorada para uma reunião com a presidente afastada Dilma Rousseff. No encontro, os dois devem discutir os detalhes finais do discurso que a petista fará nesta segunda (29) em sua defesa no julgamento do impeachment no Senado, seguido de um interrogatório. Lula chegou à residência oficial acompanhado do presidente do PT, Rui Falcão. Também estiveram no palácio a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) e o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, que chegou mais cedo.

A sessão desta segunda faz parte da fase final do processo, na qual a presidente poderá usar a palavra por 30 minutos – período que poderá ser prorrogado – e, em seguida, responder a perguntas dos senadores, da acusação e da defesa. Ainda na noite deste domingo, senadores que apoiam Dilma se reuniram para acertar as perguntas que farão na sessão.

Durante o encontro com Lula no Alvorada, a presidente afastada recebeu ligação do grupo, que desejou boa sorte à petista. A ligação, que durou cerca de 10 minutos, partiu de da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. Pelo telefone, a presidente disse que estava "segura".

Também presente no encontro dos apoiadores, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que, na conversa telefônica, a presidente se mostrou "disposta" responder o interrogatório até a madrugada de terça, se necessário. Também informou ao grupo que seu discurso inicial deve durar entre 30 e 35 minutos, segundo Randolfe.

Uma das presentes, a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) informou que ainda tentará convencer os opositores de Dilma a altenar a participação com os apoiadores, para balancear de maneira mais uniforme o interrogatório. Na sessão, a primeira a questionar Dilma será a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), ex-ministra da Agricultura.

A decisão final, pela condenação ou absolvição da petista, deve ocorrer entre terça e quarta-feira (31), após debate entre acusação e defesa e novas manifestações dos senadores. São necessários 54 votos entre os 81 senadores para o afastamento definitivo da petista.

G1