Educação, em Curaçá, vive os piores dias da sua história

O programa Geraldo José desta quarta-feira (07) recebeu como convidada a coordenadora do Sindicato-APLB de Curaçá, Luzia França, e o Diretor da APLB Regional Norte, Gilmar Nery. Na ocasião a professora Luzia explicou a crítica situação que enfrentam os professores e funcionários da rede de educação do município de Curaçá.

Os professores durante o ano de 2016 realizaram diversas manifestação e paralisações das atividades devido à falta de pagamento dos salários por parte da Prefeitura Municipal que tem a frente o prefeito Carlinhos Brandão.

Atualmente os professores estão com os salários do mês de novembro atrasados e não está sendo feito o transporte dos estudantes que moram no interior do município.  Além disso, os educadores não sabem quando irão receber o salário do mês de dezembro e o décimo terceiro salário. Segundo a professora Luzia essa é a primeira vez, nos últimos 18 anos, que a Educação de Curaçá entra em colapso  

“A situação da educação em Curaçá perdeu todo o controle. Eu sou concursada há 18 anos e nunca vi a educação de Curaçá passar por uma situação complicada como essa. O problema existe, é sentido pela comunidade e pelos professores, mas as autoridades são ausentes, não existe transparências e não transmitem que estão buscando solução para o problema”, afirmou Luzia França.

A professora disse ainda que o dinheiro do FUDEB não foi utilizado para fins educacionais no município. “No dia 10-11 existiam recursos na conta do FUNDEB e simplesmente o secretário de Finanças transferiu mais de R$ 475 mil do Fundeb para a conta do FBM. O secretário ainda admitiu que tinha feito essa transferência para pagar o INSS e que o recurso da repatriação foi utilizado para pagar fornecedores. Quem são os fornecedores, que valores são esses, que privilegiados são esses nós não sabemos”, frisou.

A conclusão do ano letivo de 2016 em Curaçá ainda está em discussão, visto que 80% dos alunos estão sem frequentar as aulas, pois o transporte escolar está suspenso. “O ano letivo não será encerrado em 2016 e o calendário do ano de 2017 pode sofrer modificações.  80% dos alunos estão fora da escola. Nós estamos na sala de aula, mas os alunos não frequentam por falta de transporte. Nós não sabemos que medidas o município vai tomar nesses últimos dias de 2016 e temos o indicativo de ser cancelado o ano letivo”, declarou Luzia França.

O Diretor da APLB, Gilmar Nery, repudiou toda a problemática enfrentada pelos professores de Curaçá e afirmou que a APLB irá tomar novas medidas para tentar ajudar os servidores: “É uma tragédia o que está acontecendo em Curaçá, nunca visto em nenhum município em que estamos coordenando os trabalhos. Curaçá enfrenta um momento difícil de irresponsabilidade administrativa. A APLB vai se reunir para discutir as medidas que serão tomadas. Nós continuaremos na luta”, afirmou.

Da redação Alinne Torres/ Fotos Geraldo José