Codevasf realiza soltura de 5 mil alevinos em trecho mineiro do São Francisco

Cerca de 5 mil alevinos da espécie curimatã pacu foram soltos nesta quarta-feira (26), pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), durante peixamento em Piumhi, Minas Gerais. A ação foi realizada por intermédio do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias, em parceria com a prefeitura municipal.

"A ação é um dos trabalhos que a Codevasf realiza que contribui para o meio ambiente ajudando na recuperação do bioma do qual faz parte esse rio e, tão relevante quanto, ensinando as novas gerações a importância desse tipo de envolvimento. Porque as crianças e jovens sempre participam dos peixamentos muito animadamente, e isso cria um vínculo, uma preocupação real, com o futuro daquele rio", afirmou Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf.

Esse foi o oitavo peixamento promovido pela Codevasf no estado em 2017. Os outros municípios contemplados foram Jequitaí, Janaúba, Luz, Lagoa da Prata, Pompéu, Martinho Campos e Pains, totalizando em torno de 35 mil alevinos soltos na região do Alto São Francisco. Os espécimes utilizados nos peixamentos são produzidos no próprio Centro Integrado de Três Marias; em 2016, a produção foi estimada em 200 mil alevinos.

"Resolvemos, de uns anos pra cá, ampliar nossas atividades de repovoamento na região do Alto Francisco, incluindo, por exemplo os municípios de Iguatama, Luz, Piumhi e Bambuí, sendo esses dois últimos bem próximos à nascente do rio São Francisco", explica o analista em Desenvolvimento Regional da Codevasf José Cláudio dos Santos, que faz parte da equipe do centro integrado e atua nas ações de repovoamento empreendidas pela Codevasf em Minas.

O peixamento em Piumhi contou com a participação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Piumhi, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Empresa de Assistência Técnica Extensão Rural (Emater/MG), Polícia Militar Ambiental, Ministério Público, escolas, colônias de pescadores, sociedade civil e autoridades locais. No próximo dia 10 de maio, já está programado uma nova ação de repovoamento, desta vez no município de Iguatama.

Peixamentos

Os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional, reproduziram 12 milhões de alevinos em 2016 para recompor o estoque pesqueiro e contribuir com a revitalização da bacia do rio São Francisco. Desse total, 5,3 milhões foram de espécies nativas e 6,7 milhões de espécies não nativas – usadas como apoio à piscicultura local.

Ao todo, a Codevasf possui sete centros integrados, que hoje são referência na pesquisa e reprodução de peixes para repovoamento do rio São Francisco e fomento à aquicultura comercial. São eles: Três Marias e Gorutuba, em Minas Gerais; Ceraíma e Xique-Xique, na Bahia; Bebedouro, em Pernambuco; Betume, em Sergipe; e Itiúba, em Alagoas.

De 2007 a 2016, os centros integrados produziram mais de 146 milhões alevinos. Entre as espécies nativas da bacia do São Francisco produzidas, destacam-se curimatã, pacamã, piau, cascudo, matrinxã, piaba e dourado, visando a revitalização do rio São Francisco. Só em 2016, a Codevasf realizou 38 peixamentos com espécies nativas em toda a bacia do São Francisco.

Em virtude do trabalho de reprodução e dos peixamentos realizados pela empresa, foi possível garantir a recomposição e a manutenção da ictiofauna, fazendo com que espécies que tiveram a população reduzida na região, como a curimatã pioa e a matrinxã, voltassem a serem vistas nas redes dos pescadores com maior frequência.

A Codevasf produz espécies não nativas da bacia do São Francisco apenas para fomento da piscicultura local, a exemplo de tilápia e tambaqui. Os peixamentos realizados com essas espécies são feitos em açudes e reservatórios isolados, ou seja, que não tenham contato com o rio, conforme a Portaria nº 145, de 29 outubro de 1998, do Ibama.

Ascom Codevasf Foto Divulgação