Nem imoral e nem amoral

Conforme um provérbio português, "A falta de cuidado é mais nociva que a do saber". Quem nunca ouviu um jovem dizer: "eu sei o que estou fazendo"?  Ledo engano. Quem não presta atenção, ou melhor, não garante ou responsabiliza-se com si próprio é desprovido de cuidado; mesmo tendo o conhecimento.

Não é difícil encontrar relatos horrendos envolvendo crianças e adolescentes, vítimas de um momento de desvalorização da vida e dos preceitos.Atualmente a sociedade vive uma grande inversão de valores, ou seja, uma transformação de não saber o que é certo ou errado, positivo ou negativo, moral ou imoral. Hoje nada mais é surpresa, pois com quebra de paradigmas e falta de discernimento tudo parece normal. Normal a política imposta, normal a falta de amor e credibilidade com o próximo, normal as mentiras, normal a desonestidade, enfim tudo parece dentro da normalidade. Nada mais assusta. As pessoas perderam a noção da realidade e o que prevalece atualmente é a desvalorização.

Os princípios familiares e os pudores não são mais respeitados, tornando cada vez mais difícil a chamada criação dos filhos. A facilidade ao acesso às determinadas coisas que até pouco tempo eram demasiadamente imorais. O mundo tem se tornado amoral, ou seja sem senso moral. Temas como educação, religião, família e respeito sucumbiram à sexualidade, baladas, drogas e armas. Mas nada está perdido para quem acredita que o bem sempre vencerá o mal. Tudo pode ser revertido, basta que sejam resgatados os bons conceitos, com a valorização da educação e das virtudes. A partir daí, é possível moldar o ser humano, tornando-o uma pessoa social, íntegra e verdadeiramente humana.

As realidades estão literalmente nuas e cruas. Os fatos negativos estão ocupando cada vez mais os espaços das ações positivas. As apologias ao sexo e à sexualidade, ao crime em todas as suas formas, à traição conjugal e outros 'agregados', são comuns nas programações diárias de emissoras de rádio e televisão, em publicações impressas e através de postagens nas redes sociais.

Se não tem tu vai tu mesmo. Sabedor da ausência das boas práticas e dos bons comportamentos que norteiam o bom cidadão, resta apenas se policiar e evitar situações que comprometam a própria, e a de outrem, segurança moral e dignidade social.

Por Gervásio Lima

Jornalista e historiador.