Artigo – “RECORDAR É VIVER...”

19 de Jan / 2020 às 23h00 | Espaço do Leitor

A vida é plena de recordações de vários matizes, sendo umas boas, e que inspiram reflexões e lições positivas para os dias atuais e futuros; e outras, ruins, que não têm esse condão, mas deixam ensinamentos de como não repetir certas experiências nem no presente, nem no futuro. Essa verdade fez parte de uma bela marchinha do Carnaval de 1955, composição de Aldacir Louro, Aloízio Marins e Adolfo Macedo, com interpretação de Gilberto Alves: “Recordar é viver, eu ontem sonhei com você”. Por exemplo, sonhar com a (o) amada (o) é algo sempre muito bom! E aqui vamos até radicalizar: quem não sonha com a (o) amada (o) não a (o) ama de verdade...!!!

Qual leitor, mercê de tantos e tão grandiosos avanços tecnológicos, recheados de novidades que impressionam, não tem reservado no cantinho da sua memória algo muito especial de longos anos passados, quiçá dos tempos da infância? Quantas rodas de bate-papos são enriquecidas por essas lembranças, provocando sorrisos e emoções, quando não expressões saudosas do tipo: “aquele era um tempo bom”!

Estamos a poucos dias da realização do grande evento nacional, o Carnaval, festa que consagrou um conceito já permanente de que o país deixa de produzir entre 1º. de janeiro e a data anual carnavalesca. Daí que os compromissos, funcionamento de instituições e grandes decisões, são logicamente adiadas para depois do carnaval. Com quem for diferente, parabéns para você.

Vale ressaltar que não somente ocorre a falta de funcionalidade das coisas nesse período, como a cada ano ocorre um processo de alongamento da festa em número de dias. Antigamente era de sexta a terça-feira e agora, em Salvador, praticamente o Carnaval já começa desde dezembro quando se inicia a temporada de ensaios de verão das bandas e blocos, isso além das festas religiosas tradicionais de Santa Bárbara, da Conceição da Praia, da Procissão de Bom Jesus dos Navegantes, da Boa Viagem, da Lavagem do Bonfim e a Festa de Iemanjá, em dois de fevereiro  que, em paralelo, tem o lado profano a se manifestar. Ou seja, o Carnaval ganha disparado para o Natal, não podemos fechar os olhos e dizer diferente.

Certamente que tantas atrações geram grande demanda turística e movimenta a economia pelo fortalecimento dos segmentos Hoteleiro, de Restaurantes e de Transportes. Para os turistas apaixonados por essas festas, principalmente o Carnaval, são muitas as recordações que levarão ao retornarem aos seus Estados e Países. 

Mas, como o país não pode viver só de festas e de recordações, existe uma outra realidade que inquieta a todo o povo brasileiro: a prioridade na recuperação econômica, política e social do Brasil. Depois do profundo desgaste sofrido após a Operação Lava Jato exibir as entranhas da corrupção que se mantinham ocultas há décadas, com a coragem e a dignidade de condenar e prender empresários e autoridades dos mais altos níveis, como autores e coautores do maior assalto aos cofres públicos da História do Brasil, agora convivemos com uma orquestrada ação para desmoralizar e interromper esse trabalho. Nada mais evidente de que é um esquema montado de autodefesa de possíveis envolvidos! 

Não obstante, a Nação não somente deseja a continuidade da Lava Jato, como tem pressa em ver aprovadas as Reformas Administrativa e Tributária, e por que não adicionar, também, a muito desejada Reforma Política, com a redução do absurdo número de Partidos Políticos (35, e estão criando mais!), redução do tamanho da Câmara de Deputados de 513 para o máximo de 250 Deputados, e do Senado Federal de 81 para o máximo de 54 Senadores, ou dois por Estado. Por oportuno, por que não pensar em acabar o cargo vitalício dos Ministros dos Tribunais Superiores, assim como mudar os critérios de escolha por indicação política? Vamos dar mais seriedade e honestidade a esse processo de formação da nossa alta Corte de Justiça?

Fica a esperança de que no futuro os nossos filhos e netos se orgulhem do Brasil da década de 2021 e assim possam ter a alegria de contar a história desse tempo, acrescentando, felizes, que RECORDAR É VIVER...! 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do BB - de Salvador-BA

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