ARTIGO – O BRASIL PRECISA DE UM “GPS”!

15 de Oct / 2017 às 23h00 | Espaço do Leitor

São tantas e tão velozes as conquistas oferecidas ao homem pelo desenvolvimento tecnológico ao longo das últimas décadas, que, às vezes, por instantes foge até à percepção humana o valor intrínseco de cada avanço à sua disposição. Para quem conviveu feliz com a época da pujança do rádio, a rapidez das mensagens chegadas pelo telégrafo, as ligações telefônicas que dependiam do giro de uma manivela que acionava a chamada à telefonista para que essa completasse um interurbano...! O leitor mais jovem vai dizer: “mas isso era coisa antiga e de cidadezinha do interior...”; e eu lhe respondo como testemunha presencial: ledo engano; a cidade era Feira de Santana, no final da década de 1950 e quando, como adolescente, era aprendiz de gráfico no Jornal “Folha do Norte”, e assim era a telefonia de então! E o Telex, cujo equipamento simplesmente começava a funcionar rápido e sozinho, a datilografar a mensagem enviada por alguém!!! Certamente faz parte do folclore, mas contam que um vigilante da noite, no interior de uma agência bancária, saiu correndo aos gritos pensando ser uma assombração, ao ouvir o som das teclas funcionando sozinhas!... 

Os registros acima chegam a ser hilários diante do que veio depois, nas décadas seguintes e até os dias atuais. Os computadores, no princípio de tudo, eram equipamentos que ocupavam salas inteiras das grandes empresas (vide foto), e hoje os arquivos com milhões de informações estão constritos a minúsculos chips...! A Era da informação ou Era Digital veio para transformar e impactar o mundo!

E o que dizer de um pequeno aparelho celular multifuncional, que hoje nos faculta acesso à Internet, ouvir rádio e música no formato MP3, enviar e-mails, fotos, vídeos, mensagens diversas, além do acesso ao movimento da conta bancária em todas as suas particularidades! Hoje é um equipamento que passou a integrar o cotidiano das pessoas (vide foto da fila em Banco). Falando nele, chego ao foco do tema dessa crônica, e que permitiu uma reflexão mais ampla sobre o nosso momento político e institucional da atualidade.

Ora, nos dias atuais ninguém mais se perde numa cidade ou precisa perguntar a um ou outro como chegar ao seu destino. Basta utilizar no celular o GPS (Global Positioning System), que em português significa “Sistema de Posicionamento Global”, municiado por informações de 24 Satélites em órbita da Terra. Após um simples comando, uma voz passa a orientá-lo por todo o trajeto e, ao final, informa que “você chegou ao seu destino”, além das informações adicionais ao longo do trajeto: quantos minutos são necessários para chegar ao destino, a existência de Semáforos, Radares, Polícia à frente ou mesmo a ocorrência de acidentes. Inversamente, se você não fizer a indicação correta do endereço onde deseja chegar, a escolha errada pode lhe custar a própria vida, a exemplo de tragédia ocorrida no Rio de Janeiro com um casal pouco tempo atrás.

Para decepção geral, na última semana o nosso STF-Supremo Tribunal Federal, adotou decisão de que a condenação de Deputados e Senadores por algum crime cometido, tem de ser ratificada ou não pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, cujo resultado de 5 x 5 teve semelhança com placar combinado em baba de várzea... Transferiram a responsabilidade para o voto de minerva da Presidente, cuja decisão foi inaceitável ao deixar o poder a cargo da raposa: se solta a galinha ou não! Obviamente que, com tantos políticos sujos nesse Congresso Nacional, a tendência será sempre voltada para a autoproteção e, jamais, pela limpeza ética necessária, a começar pelos Cunhas, Aécios, Renans e Jucás da vida!

Assim, por uma simples analogia, estamos visualizando um país carente de um GPS que possa reconduzi-lo ao seu destino, de maneira segura e sem os riscos da ocorrência de tragédias de qualquer natureza. Mas, de forma similar ao Aplicativo utilizado pela tecnologia, não pode haver erro quanto à escolha que o brasileiro deseja para o futuro do país. Acima de tudo é preciso ter responsabilidade, pois não se brinca de fazer a História.

AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).

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