Deputado sugere ‘desvio’ de dinheiro da saúde

Em entrevista a uma rádio do interior do Rio Grande do Sul, o deputado federal Alceu Moreira, presidente estadual do MDB gaúcho, sugeriu o repasse de uma verba de R$ 240 mil da saúde para uma associação de caminhoneiros. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul e o Ministério Público de Contas do Estado pediram providências quanto à entrevista de Moreira à Rádio Itaipu, de Santo Antonio da Patrulha, no fim de semana. Na entrevista, o parlamentar disse que não pode destinar verbas do Orçamento à associação de caminhoneiros da cidade (cujo presidente é vereador também pelo MDB) e sugeriu que o prefeito Daiçon da Silva (MDB) não usasse uma verba de R$ 240 mil para a saúde e repassasse o dinheiro para a entidade dos caminhoneiros. “Não tinha como passar dinheiro, porque não tem no Orçamento da União dinheiro para passar para associação ‘x’.

É complicado. Aí acertamos com os vereadores e com o Daiçon, o pessoal, para fazer o seguinte: passar um recurso livre para saúde, na faixa de R$ 200 mil, acho que é R$ 190 [mil] que veio, (uma pessoa informa que o valor correto é) R$ 240 mil de recurso livre para saúde, para custeio. E aí a prefeitura não gasta esse recurso da saúde, e passa parte desse recurso lá para o Jair Belloli, para a associação dos caminhoneiros”, afirmou Moreira.

No domingo, 17, o Ministério Público de Contas pediu à prefeitura de Santo Antonio da Patrulha informações sobre o dinheiro. Em abril, o parlamentar destinou à cidade R$ 240 mil de uma verba total de R$ 1,9 milhão para a saúde no Rio Grande do Sul. Em nota, o deputado disse que suas declarações foram interpretadas de forma equivocada. “O valor destinado através de emenda de sua autoria para a saúde poderia desafogar os cofres da prefeitura, logo a administração municipal ficaria possibilitada, se assim desejasse, a utilizar recursos próprios visando formar convênio para realizar as reformas solicitadas pela associação dos caminhoneiros, visto que este tipo de entidade é privada e não pode receber recursos federais.”

Estadão