ARTIGO - JUAZEIRO E SEUS PROBLEMAS

Carlos Augusto Cruz - Médico/Advogado

Mas, por que Juazeiro, de certo tempo para cá, vem sendo tratada tão pejorativamente pelos seus munícipes? Aí está uma interrogação que, todos aqueles que amam a nossa cidade, deveriam estar se fazendo.

O pior é que temos diante dos nossos olhos outra cidade, cujo crescimento é incontestável, cuja beleza torna-se a cada dia mais inquestionável, cujo desenvolvimento salta aos olhos de quantos queiram ver e, que o poder político de seus líderes é cada vez maior. Caso não fosse esse espelho que temos diante de nossos olhos, poderíamos até, nos conformar com essa vontade política de não se desenvolver.

Essas gozações que aparecem nos blogs da cidade, tais como: montes e montes de lixos, acumulados nos bairros e terrenos baldios, de canais de esgotamento abertos por toda a parte, de ruas esburacadas e alagadas quando da menor quantidade de chuvas; de títulos tais como: “a cidade das muriçocas”, colocada na parte mais alta da nossa mais linda obra de arte o portão da ponte -, na nossa Estação Rodoviária;também da falta de poder político para assegurar que os serviços públicos que são essenciais para uma cidade se desenvolver, permaneçam em nosso território, etc.

Questionamo-nos, quando relembramos, que até pouco tempo tínhamos um Deputado Federal e dois Estaduais em ação e, mesmo assim Juazeiro não experimentou nenhuma melhora no seu visual. Santo Deus, que horror!

Se por ventura tivéssemos a capacidade de penetrar no coração de cada um dos nossos munícipes e perguntar-lhes se eles estavam contentes e felizes com o que está acontecendo com a nossa cidade, certamente, que ouviríamos um sonoro não em resposta. Será que somente nossos gestores não têm consciência disso?

Juazeiro que já foi considerada como a “Capital da Lordeza”, do São Francisco, Juazeiro que já foi detentora de um dos melhores carnavais do interior da Bahia, Juazeiro que já teve várias Sociedades recreativas, vários Clubes Sociais, Clubes de Campo; Juazeiro que já foi considerada a “Meca” da cultura do interior baiano e, muitos outros “jás”. Por que perdemos tudo isso?

Temos que concordar, ainda que a contragosto, com as más línguas, quando afirmam: - Juazeiro é, sem dúvidas, a terra do “já teve”.

Sabemos que não é fácil para um gestor atacar todos esses problemas de uma só vez, numa só administração, daí a importância de um Secretariado à altura dos cargos que ocupam, a fim de orientar o Prefeito onde estão às éreas que mais carecem da mão do poder público.

Não é bastante, como requisito para ser Secretário Municipal, que alguém tenha votado no gestor. Isso nunca foi requisito em lugar nenhum do mundo e em nenhum governo sério.

Sabemos, também, das dificuldades topográficas existentes no nosso município e, que, a nossa cidade foi, e continua sendo, erigida sobre os “buracos das olarias” e, sobre as invasões dos terrenos alagadiços.

Isso dificulta, em muito, os serviços de drenagem, de terraplenagem e de nivelamento do solo. Por outro lado, devido à ausência do poder público nas aglomerações humanas que vão surgindo na periferia da nossacidade, a fim de dar-lhes um rumo e um sentido, bem como um direcionamento, nas novas ruas que vão se formando nesses aglomerados. Elas crescem de maneira desordenada o que, futuramente, vai reverter-se em dificuldade para o poder público em reconduzi-las ao estado em que eles deveriam ser, primeiramente, concebidas.

Na cidade ao lado o poder público antecipa-se aos aglomerados de pessoas, abrindo-lhes largas avenidas, arborizando-as, urbanizando-as com o básico, inclusive colocando algumas condições para a formação de loteamentos, forçando o crescimento da cidade. Isso tem diferenciado a maneira de ação dos gestores do lado de lá em relação aos do lado de cá.

Sabemos se nós tivermos que viver de comparação entre uma e outra cidade,vamos ter que sofrer muito, pois teríamos que correr muito para alcançar o nível de desenvolvimento da cidade vizinha, mas, também, ficar parados vendo o trem da história passar... isso não serve para ninguém!

Vamos sugerir aos gestores do lado de cá que, dispensem alguns instantes dos seus afazeres, incursionando pelo outro lado das águas, a fim de verificar e copiar o que há de bom por lá, aplicando a mesma técnica por aqui.

Aproveitem para cobrar maior determinismo por parte dos nossos dois Deputados Estaduais, e do Deputado Federal do gestor em exercício, com a finalidade de que eles trabalharem mais pelas suas bases, deixando de lado o jogo político de “primeiro os nossos depois os vossos”. Não esquecendo-se do povo, porque “o povo que bota é o mesmo povo que tira” e, Deputados e Gestores Municipais, nada mais são que empregados do povo, muito bem pagos com o dinheiro dos impostos dos cidadãos, aos quais eles têm que prestar conta dos seus atos políticos.