ARTIGO – O DISCURSO QUE ENGANA A MUITOS!

Como se não bastassem as preocupações com a instabilidade política interna e as incertezas econômicas e sociais ora vivenciadas pelo nosso Brasil, somos, naturalmente, induzidos ao sentimento de solidariedade com os nossos irmãos venezuelanos, pela convulsão social instalada naquele país latino, com o rompimento total das regras de respeito democrático, onde as milícias constituídas pelo governo, além das forças militares oficiais, implantam a violência e a morte aos contrários à ditadura chavista/madurista, atualmente sem nenhum disfarce.

As imagens que correm o mundo são de muita brutalidade com os que se opõem ao governo, vítimas de uma inflação acima de 700% ao ano, uma economia estrangulada e total escassez de alimentos nos mercados. Através de uma eleição viciada e manobrada pela ditadura bolivariana foi eleita uma Assembleia Constituinte, cujo primeiro ato foi desconhecer o Poder Legislativo existente e outras medidas absolutistas já anunciadas, com a ampliação dos poderes ao Ditador Nicolás Maduro.

Como se trata de mais uma ditadura de inspiração esquerdista, não é surpresa para ninguém que a esquerda brasileira esteja a manifestar a aprovação incondicional a tudo que está acontecendo na Venezuela porque, como sempre, revelam de forma explícita que o objetivo é chegar ao poder, não importa os meios. O que surpreende diante deste cenário é ver que por aqui existe um patético discurso da esquerda contra a ditadura e governos militares, mas apoiam, incentivam e se solidarizam com iguais regimes existentes pelo resto do mundo. E todos que se opõem, obviamente, são tachados como da direita.

Uma tese que esteve em moda durante um bom tempo e que hoje pouco se fala nela, foi objeto de um artigo nosso sob o título A AUTODETERMINAÇÃO DOS POVOS, publicado neste Blog, em 25/01/2015. Conceitualmente, significa dizer que "todos os povos têm o direito de autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural. (...) É a capacidade, direito ou ação (de um indivíduo, grupo, uma instituição etc.) de decidir, por si mesmo, as questões que afetam a sua própria vida e de lutar, perseverar para atingir seus objetivos e realizar seus próprios projetos".

Em toda essa definição, amplamente está enaltecido o princípio da liberdade e essa responsabilidade não cabe apenas ao cidadão, mas, sobretudo, ao exemplo que deve emanar do Estado. No que tange à Venezuela, a violência e a ditadura implantada pelo chavismo, e hoje glorificada e mantida pelo despreparado Maduro (que está mais para podre), está extrapolando todos os limites imagináveis, o que tem provocado uma reação indignada de todos os países democráticos do Ocidente. É um povo vitimado pelo personalismo exacerbado de um indivíduo, perfil comum a todos os ditadores.

Quem conhece e convive num regime democrático de direito, não pode, em absoluto, aprovar um regime ditatorial no país, seja ele de direita ou de esquerda. E se repudiamos a supressão das liberdades impostas pela força e vontade de um Ditador todo poderoso, determina a coerência humana e política que, igualmente, não se estimule e aprove tal condição para um país coirmão do Continente. E no que a esquerda brasileira mais investiu nos últimos anos, usando o dinheiro oficial, foi no fortalecimento das ditaduras de esquerda na América Latina e na África! Prove o contrário quem for capaz, e esta verdade nunca foi por eles contestada.

A Nação clama angustiada pelo surgimento urgente para 2018, de uma liderança que pense no Brasil e nos brasileiros, e não somente na forma como vão se dar bem. Chega de discursos falsos, mentirosos e enganadores, porque a verdade foi sentenciada por Abraham Lincoln: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”. Portanto, muito cuidado Brasil!

AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).