FESTIVAL EDÉSIO SANTOS DA CANÇÃO: A LINHA TÊNUE ENTRE A “DERROTA” E A “INJUSTIÇA”!

Ainda sobre o festival Edésio Santos da Canção, duvidas assolam e assombram a cidade. Entre murmurinhos e silêncios de estupefação, paira sobre a cabeça do fiel público do questionável festival a dúvida cruel: Como uma triagem feita em Salvador, coloca um compositor em primeiro lugar, tendo atingido 92 pontos e nos dois dias do evento, sendo novamente o primeiro colocado entre as 12 composições selecionadas pode de uma noite para outra, simplesmente nem ser citado?

Sumiu... Mais um ano... Ok, vamos respirar fundo, pegar a "viola" e seguir rumo às interrogações que insistem em nos perseguir nessa cidade chamada Juazeiro, terra de João Gilberto, aquele que não foi reconhecido enquanto aqui estava, e que talvez ainda não tenha esquecido dessa terra árida, distante que esconde por traz do vapor quente que oriunda do chão, a injustiça... Sabor amargo esse... Terra de tantos poetas, artistas, compositores, tantos que vivem por entre becos e vielas a gritar sua arte para os poucos que as entendem...

Meu amigo Fatel, feliz nas suas palavras, esqueceu de dizer que aqui também mora a desigualdade, o famigerado apadrinhamento, aquele ajeitadinho que vivemos há décadas!!!

Pois bem, meu caros... Sucumbi mais um ano. Fui derrotado pela amizade desvelada... Mas ganhei, a mesma música que cantei no festival, foi a que cantei para Jorge Vercillo, e ESTE, sim, ESTE em caixa alta, extasiou e chamou de linda melodia "O colorir da Gente", ganhei no mesmo dia, o presente de ver um ícone da MPB parar o show, que por ironia do destino foi também no teatro João Gilberto, para me elogiar, se não tenho o reconhecimento do festival, saio com o reconhecimento de um artista que carrega em si a sensibilidade e currículo para avaliar minha essência.

Sussurram por entre os quatro cantos que os jurados da final possuem laços (estreitos), com a primeira colocada, a mesma que ficou em último lugar na avaliação dos jurados dos dois primeiros dias. Mas onde moraria a imparcialidade? No Brasil é que não haveria de ser, não é? Mas Juazeiro por vezes se faz terra de ninguém, ou terra de alguém, e esse alguém, certamente não são os tantos que como eu, não bajulam ou enaltecem... Faço arte, faço música, tento humildemente curar a alma, por que creiam, todo artista tem um punhado de médico... Medico da alma. E como tal, deixo aqui minhas dúvidas quanto a transparência e imparcialidade de um festival que ano após ano, perde sua credibilidade e beleza.

Juntemo-nos poetas, pintores, atores, músicos, artistas... Vivamos a arte, sorvamos desse vinho por vezes tão amargo de beber cultivado na terra do além...

Amo minha cidade, ainda acredito numa Juazeiro melhor, afinal, o melhor lugar é aquele onde mora meu coração. Povo forte, sofrido, calejado, mas lindamente humano, como nós, não há! Mas, não é por ser minha terra que aceitarei o coronelismo desvelado e a injustiça calado. Respostas se fazem necessárias, reavaliação do Edésio Santos JÁ!!!!

Yuka

PS: Segue abaixo o link do vídeo onde canto para Jorge Vercillo e gostaria que fosse publicado também.