ESPAÇO DO LEITOR: A QUEM SERVE A ZONA AZUL?

Instalada na primeira quinzena de julho de 2016, a Zona Azul tem causado descontentamento e  prejuízo financeiro à população que tem o seu direito de ir e vir, cerceado. Quando imaginamos que 88% do dinheiro  arrecadado com a Zona Azul vai para uma empresa privada, chamada Sinal Park e apenas 12% para Prefeitura, conforme já noticiado nos blogs e redes sociais, perguntamos: A quem serve a Zona Azul? Posso te afirmar que a população é que não é.

Para tomarmos alguns exemplos das dificuldades que o estacionamento rotativo tem causado, falarei sobre a Praça da Bandeira ou Imaculada Conceição ou simplesmente a Praça onde abriga o Santuário de Nossa Senhora das Grotas e onde eu resido. Para vocês terem uma ideia, somente nesse trecho foram destinados 180 (cento e oitenta) estacionamento de motos, levando em consideração que os fieis que frequentam a Igreja, vem com suas famílias utilizando carros como transporte. A maioria destes estacionamentos, destinados a motos, ficam subutilizados e até mesmo ocupados por carros que não encontram onde estacionar os seus veículos nos horários em que ocorrem as missas.

Fiquei imaginando: por que tanto estacionamento para motos? É que 1 estacionamento de carro que custa R$0,75(setenta e cinco centavos) por 30 minutos,  daria lugar a seis estacionamentos de motos que custam R$0,34 (trinta e quatro centavos) cada uma. Ou seja, é vantajoso estacionar seis motos que pagará pelo mesmo tempo do carro - R$2,04 (dois reais e quatro centavos).

Entre outras situações, moradores de outras ruas no centro da cidade, também sofrem com o novo modelo de estacionamento, pois aqueles que não encontram vagas na zona azul, abarrotam as outras ruas residenciais que ainda não possui a controversa Zona, impedindo que seus moradores estacionem os seus veículos ou até mesmo possam parar em frente as suas residências. 

Outro fato absurdo foi verificado na frente da Unidade de Saúde – Unimed, localizado aqui na Praça. Há estacionamento para motos e uma ladeira de acessibilidade para cadeirantes. Pergunto: Se o cadeirante pode se equilibrar em cima de uma moto, certamente ele não terá qualquer dificuldade para subir uma calçada. Ao revés, quando chega alguém com real necessidade de usar a ladeira, não pode estacionar em frente a unidade médica, pois estaria com seu estacionamento irregular.  Gostaria mesmo de saber: De onde importaram esse modelo de estacionamento para Juazeiro? Como podem instalar essa Zona sem antes cadastrarem os seus moradores, principalmente os que possuem veículos e que tipo de estacionamento seria destinado a frente de sua residência? Porque quando os moradores vem adquirir o seu cartão, ele já pagou vários estacionamentos ou mesmo recebeu várias notificações. Pois as exigências para recebimento desse cartão são absurdas, como o de não possuir qualquer dívida para com o município. O que tem a ver alho com bugalhos?

Não meus senhores! Eu não estou aqui para implorar favores a quem quer que seja, mas apenas exigir mais respeito e bom senso para com a população e moradores desta cidade. Pois na hora da cobrança, os agentes já estão pontualmente as 08 horas notificando os carros, cujos condutores ainda nem chegaram ao parquímetro para comprarem os seus bilhetes.  E parece que a chacota já tomou conta da cidade, pois hoje me deparei com a placa de estacionamento regulamentado “Zona Azul” ao lado da Imagem da Santa que fica no meio da Praça.

Será que teremos que pagar para sentar na praça?  A Praça está abandonada, sem limpeza, conservação  e iluminação, porque as luzes que enfeitam as arvores para o Natal não chegam por aqui, param na Praça da Misericórdia. Será que é porque aqui reside um ex prefeito da cidade? Vamos mostrar  que temos Juazeiranidade - cuidando, respeitando e promovendo o bem da população. 

E aqui vou terminando este mini protesto com as  palavras de Gabriel o pensador: “Até quando você vai ficar levando porrada. Até quando vai ficar sem fazer nada.” Acorda Juazeiro!!!

Suely Almeida-Servidora Pública


 

Espaço Leitor - Suely Almeida-servidora pública