Futura primeira dama, Michele Bolsonaro é filha de cearenses e revela que vai ajudar o Nordeste

Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, a partir de 2019 será a primeira dama do Brasil. Ela mora atualmente na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Mãe de Letícia, filha de outro casamento, e de Laura, única filha mulher de Bolsonaro, a ceilandense matriculou-se na graduação de farmácia, na Faculdade Estácio de Sá, mas não prosseguiu no curso.

Michelle Bolsonaro, revelou que tem muito desejo de fazer missões no Nordeste brasileiro e que tentará, como primeira-dama, buscar o melhor para a região. Além disso, ela revelou que sua mãe a ensinou a ter o desejo de fazer missões no Nordeste. Filha de cearenses, Michelle sabe do sofrimento que a região nordestina enfrenta por conta da seca e da miséria. 

“Fazer missão no sertão é algo que minha mãe colocou no meu coração quando eu ainda era pequena e hoje eu pergunto para o Senhor, ‘será que isso ainda vai acontecer? Isso é um propósito do Senhor para a minha vida?’ É um sonho do meu coração”, revelou.

Michelle acredita que é possível mudar a vida das pessoas do sertão e também das comunidades ribeirinhas que ela já teve a oportunidade de conhecer. “O Brasil é muito rico, só é mal administrado”, disse ela. “Peço para Deus, que se for da vontade de Dele, que possamos ser bênção na vida dessas pessoas”.

Michelle conheceu Jair quando trabalhava como secretária parlamentar na Câmara dos Deputados, em 2007. Bolsonaro, que já cumpria o quinto mandato, namorou a atual esposa por seis meses antes do noivado. Depois de se conhecerem, Michelle foi nomeada para trabalhar no gabinete de Bolsonaro, na mesma função. Ela foi exonerada no fim de 2008, após o Supremo Tribunal Federal (STF) emitir uma súmula proibindo a contratação de parentes até terceiro grau. 

Os dois se casaram no civil em 2013, no Rio de Janeiro. Michelle é evangélica e frequentava a sede da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, mas, em 2007, passou a ser fiel da Igreja Batista da Tijuca. Na congregação, a aspirante a primeira-dama tem se destacado na atuação com surdos e mudos, na tradução de cultos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Isolada na maior parte da campanha, a ceilandense Michelle começou a aparecer com mais recorrência na reta final da disputa. Discreta e blindada de discussões públicas, foi citada pelo candidato em uma peça de propaganda, quando Jair Bolsonaro apresentou sua história, e no momento em que ele, emocionado, confessou ter desfeito uma vasectomia.

Ela conheceu o marido, de 63 anos, na Câmara dos Deputados, em 2007. Vive com ele na Barra da Tijuca e participou em transmissões ao vivo nas redes sociais. Com pouquíssimas palavras, furtou-se a concordar com o discurso do militar, acompanhou intérpretes de libras e homenageou as pessoas com deficiência auditiva. 

“Sempre se dedicou a aprender com os deficientes auditivos membros da igreja”, disse Bolsonaro em um dos vídeos, publicado no Dia dos Surdos. 

A cientista política Denise Mantovani, da Universidade de Brasília, entende que a construção da figura de primeira-dama é uma forma de ver a mulher de maneira subordinada. “Esse posto enquadra a mulher em atividades vinculadas à assistência social. O modelo que é seguido hoje é patriarcal”, argumenta.

Mantovani, que estuda a participação feminina na política, sustenta que as companheiras dos presidentes deveriam ser reconhecidas pelas próprias ocupações, e não por serem casadas com o chefe do Executivo. “O papel de primeira-dama é antiquado. As mulheres são conhecidas pelo papel de esposa, não de profissionais. Respeito a atividade voluntária, mas ela deve ser vista como políticas públicas.”

Historicamente, no Brasil, a função assistencial das primeiras-damas foi destacada com a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA), órgão público fundado em 1942 pela então primeira-dama Darci Vargas. Perpetuada até o governo Collor, quando denúncias  de desvio de verba foram feitas à gestão de Rosane Collor, a LBA foi extinta por Fernando Henrique Cardoso, no primeiro dia de governo. “A Ruth Cardoso (mulher de FHC) entendia-se como agente política, o que pode ter resultado nessa decisão”, pontua a professora Denise Mantovani.

Com informações Correio Braziliense