Mensagem por ocasião do aniversário sacerdotal do Padre Antonio Moreno

Da Espanha o Padre Francisco envia MENSAGEM POR OCASIÃO DO ANIVERSÁRIO SACERDOTAL DO PE. ANTONIO MORENO. Padre Francisco é formado em Filosofia pela Faculdade de Ciencia e Letras de Cajazeiras, Paraíba e bacharel em Teologia pela Faculdade Católica de Fortaleza, Ceará. Mestre em Ciências do Matrimônio e da Família (Espanha).

Confira:

“Há criaturas como a cana: mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura”. (Dom Hélder Câmara )

Nesta quinta-feira, dia 27 de Agosto de 2020 elevo a Deus preces e orações pelo Padre Antonio que celebra seus 38 anos de vida sacerdotal a serviço da Igreja particular de Petrolina. São 38 anos vividos com intensidade, despojamento e entrega aos irmãos. Como dizia Dom Helder Câmara: “Padre e egoísmo não podem andar juntos. É uma aberração um Padre egoísta.

Só tem razão de ser o sacerdócio quando é vivido para Deus a serviço dos irmãos”. A vida do Pe. Antonio se pode dizer com certeza é uma vida de entrega a Deus e aos irmãos. Me recordo que eu era jovem seminarista participando de uma missa no Ouro Preto por ocasião dos seus 30 anos de sacerdócio, escutei o Senhor dizer na homilia: “Se pudesse resumir a minha vida numa frase diria: “Deus infitamente bom e misericordioso e eu muito pecador”. Estas palavras ficaram gravadas em meu coração até hoje. Esta frase me serve de inspiração e motivação para perseverar no caminho de Cristo.

Conheço Pe. Antonio desde o ano 2000 quando era membro da PJMP e militante do MST. Quando em 2004 ingressei no Seminário São José para iniciar meus estudos para ser Padre, tive a graça de tê-lo como professor. Fiz meu estágio diaconal e sacerdotal com ele na Paroquia Sagrada Familia que fica no bairro José e Maria. Da minha experiência com ele aprendi coisas valiosas para minha vida como homem e como sacerdote das quais quero destacar 4:

Em primeiro lugar, quero dizer que o Pe. Antonio é um homem de uma honestidade de vida surpreendente. Incapaz de mentir ou enganar para se dar bem. Em todas as paróquias por onde passsou jamais explorou o Povo de Deus ou infantizava os leigos. Pelo contrário, sempre por onde passou deixava as paróquias mais concientes e organizadas tanto do ponto de vista pastoral como administrativo. Em um tempo como o nosso marcado pela corrupção na política mas também dentro da Igreja, Pe. Antonio representa uma luz de que é possivel ser honesto. Ninguém é obrigado a ser corrupto a corrupção depende da livre decisão de cada um.

Pe. Antonio lecionou durante 40 anos da sua vida. Foi um homem que sempre trabalhou ao longo de toda a sua vida. Frutos do seu magistério existem muitos médicos, professores que foram seus alunos e que hoje são grandes e bons profissionais que prestam relevantes serviços à sociedade. Para aqueles que dizem que o padre não deve ter funções fora do seu ministério para não prejudicar o exercício do mesmo, a vida do Pe. Antonio desmente esta triste afirmação recheada de preconceitos e pior ainda de hipocrisia. Mesmo como professor nunca deixou de dedicar-se de corpo e alma as paróquias por onde passou, sobretudo em épocas que a situação
econômica das paróquias nao eram tão favoráveis.

Como vereador pelo PT nunca votou ou concordou com projetos ou ideias que estivessem contra a fé da Igreja. Sempre foi um homem coerente como cidadão e como cristão. Enfim como  padre, professor, vereador se pode constatar um homem honesto e sincero, incapaz de fazer o mal a quem quer que seja.

Em segundo lugar, quem conhece Pe. Antonio sabe que toda sua vida como sacerdote a formação dos leigos sempre foi uma prioridade. Nunca se conformou que os leigos fossem tratados na Igreja como ajudantes do padre ou cristãos de segunda categoria. Sempre combateu com firmeza o infantilismo dos leigos. Por todas as paróquias por onde passou sempre promoveu inúmeros encontros e cursos de formação para ajudar os leigos a entenderem que eles não são escravos do padre ou o braço direito do Padre, mas que na Igreja eles tem uma missão própria recebida de Jesus Cristo no Batismo. Compete aos leigos pregar a Boa Nova do Evangelho.

Os leigos devem ser fermento de amor no mundo da política, economia, educação e na família. Os leigos estão na Igreja não a serviço do Padre mas de Jesus Cristo. Sacerdotes e leigos todos somos somente participantes do único Sacerdócio que é o de Cristo.

Em terceiro lugar, Pe. Antonio é um homem de uma grande sensibidade humana. Ou seja, é alguem sempre disposto a ajudar a quem quer que seja independente de preferências ou simpatias pessoais. Sabe se colocar no lugar do outro, sentir a dor do outro.

Em quarto e último lugar, um homem que ama a Igreja apesar das difamações e perseguições que sofreu e sofre da parte da hierarquia eclesiástica. Nunca se recusou a obedecer ainda que isso lhe custasse sacríficios interiores. Um homem sempre a serviço do Povo De Deus. Nunca relutou em servir em paróquia alguma. Para onde o enviavam sempre trabalhou com amor, seriedade e dedicação. Nunca escolheu paróquia mas sempre acolheu e trabalhou em todas sobretudo na zona rural onde muitos padres não querem ir e até lutam para não ir. Eu creio que a pior pedra com a qual se pode golpear uma pessoa é a difamação e a maldade sobretudo quando
esta vem dos próprios irmãos na fé. Existem pessoas amarguradas e cheias de ódio pelo que já sofreram, Pe. Antonio é uma pessoa incapaz de sentir ódio e de tramar o mal contra alguém mesmo contra seus algozes.

Quero agradecer a Deus pelo dom da sua vida e dizer que o Senhor honra com sua vida e testemunho a nossa Diocese. Que Deus lhe conceda muitos anos mais de vida a serviço do Reino de Deus e que Deus seja sempre sua luz e salvação mesmo nas noites escuras desta vida.” quem a Deus tem nada lhe falta só Deus Basta”.

Seu irmão no Sacerdócio, Pe. Francisco José de Lima (Espanha)

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