Eleições: estratégia para a disputa pela Prefeitura do Recife, a oposição vive um processo de desunião

Nas costuras para construir uma estratégia para a disputa pela Prefeitura do Recife, a oposição vive um processo de fragmentação, que levou à consolidação da pré-candidatura do ex-ministro Mendonça Filho (DEM), enquanto o projeto do deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) foi deixado de lado. O democrata se fortaleceu quando conquistou o aval dos líderes do grupo antagonista como o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB); o presidente estadual do PTB, Armando Monteiro, e o presidente nacional do PSDB e ex-deputado federal, Bruno Araújo. Ontem, foi a vez do prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), declarar apoio ao ex-deputado. 

“Esse apoio do PL nos deixa ainda mais otimistas para concorrer à Prefeitura do Recife. Anderson é uma liderança política no Estado e vem realizando uma gestão inovadora em Jaboatão. Muitas das ações realizadas por ele deverão servir de exemplo no Recife”, disse Mendonça Filho, ao receber o apoio do PL ontem. Com a ampla rede de aliados, o democrata agendou, inclusive, a convenção para seu nome na corrida às urnas no dia 16 de setembro. 

 Sem consenso na oposição, o presidente estadual do PSC, André Ferreira, acabou marcando a convenção do partido para lançar a pré-candidatura do deputado estadual  Coronel Alberto Feitosa para o próximo dia 14. “O Coronel Alberto Feitosa é um grande nome. Estamos oferecendo ao Recife alguém que tem experiência administrativa e grandes projetos para o município. A eleição de Feitosa vai recolocar o Recife no rumo do desenvolvimento, perdido há décadas”, afirmou André Ferreira.

O movimento fragmenta ainda mais o campo antagonista. Inicialmente, a oposição tentou sustentar o discurso de candidatura única para enfrentar PT e PSB. Contudo, a prática mostrou uma estratégia diferente. A delegada Patrícia Domingos (Podemos) não perdeu tempo e tratou de lançar sua pré-candidatura à Prefeitura do Recife. Logo surgiram os nomes dos deputados estaduais Marco Aurélio (PRTB) e Alberto Feitosa (PSC) que também cobiçavam uma disputa nas urnas, enquanto os líderes do grupo focavam em decidir entre Daniel ou Mendonça.

Na disputa, um ator passou a ser visto como peça-chave: o PSL. Daniel esperava o apoio do partido para o seu nome, mas viu suas chances acabarem quando a legenda lançou a pré-candidatura do advogado Carlos Andrade de Lima (PSL). 

Diante o consenso em torno do nome de Mendonça Filho e sem o PSL, Daniel divulgou uma nota, ontem, afirmando que definirá a sua posição nas eleições municipais ainda nesta semana. No texto, ele lamentou o "quadro fracionado" da oposição e destacou que sempre fez oposição ao PSB e ao PT e nunca fez "conchavos" mesmo quando "poucos estavam na oposição".

“Lamento profundamente que hoje tenhamos um quadro fracionado, com as candidaturas de Patrícia Domingos, Carlos Andrade, Mendonça Filho e Alberto Feitosa. É tudo o que não queríamos. Desta maneira, diante desse contexto, o Cidadania decidiu que ao longo da semana realizará um debate interno para definir que caminho irá tomar no que se refere à disputa para a Prefeitura do Recife”, afirmou.

O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, manifestou apoio a Daniel e afirmou que o parlamentar pode contar com a legenda para qualquer decisão que resolver tomar. "Nós acompanhamos o que ele decidir. Ele tem todo o nosso apoio. O que ele decidir, estamos junto com ele. Só posso dizer isso", afirmou.

Folha Pernambuco