Juazeiro e Petrolina se destacam com altos índices de nascidos de mães adolescentes entre as cidades do interior

Nas margens do rio São Francisco em que nasceu a beleza, como cantou Jorge de Altinho em "Petrolina Juazeiro", também nascem 4 bebês por dia de mães crianças e adolescentes. Entre 2017 e 2019 as cidades pernambucana e baiana separadas pelo Velho Chico, e que dão nome à música, registraram 5.214 nascidos vivos gestados por meninas com idade entre 10 e 19 anos.

Os números constam em um levantamento solicitado pelo Bahia Notícias à Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Juazeiro chama atenção entre os 417 municípios baianos nos registros de nascidos de mães nessa faixa etária. A média é de pelo menos 20% do total registrado na cidade ao considerar as mães de todas as idades. 

A cidade com população estimada pelo IBGE em 2019 em cerca de 216 mil habitantes ocupa a terceira colocação no estado com mais ocorrências nos últimos três anos, fica atrás apenas das duas cidades com maior população na Bahia: a capital Salvador e vizinha Feira de Santana.

A reportagem é assinada por  Jade Coelho/Bahia Notícias.

Com 2.803 bebês nascidos dessas mães novas demais nos últimos três anos, a terra da cantora Ivete Sangalo e do jogador Daniel Alves tem quase o dobro de registros que Itabuna (1.463), cuja diferença da população é de pouco mais de três mil habitantes. Os registros em Juazeiro também são cerca de 13% maiores que os registrados em Vitória da Conquista (2.464), que tem em torno de 120 mil habitantes a mais e que ocupa a 4ª colocação no ranking das cidades com mais casos.

Os números intrigantes de crianças e adolescentes grávidas em Juazeiro motivaram a busca por dados na cidade vizinha. Embora em outro estado, Petrolina tem uma relação próxima com a terra baiana. As duas cidades compartilham não só as margens do Rio São Francisco, mas registram números semelhantes de nascidos vivos gestados por crianças e adolescentes. 

De acordo a reportagem dados mostram que em Petrolina nos últimos três anos houve um crescimento considerável nos números de casos do lado pernambucano do rio. Em 2017 foram 171 registros. Em 2018 esse número saltou para 1.177. E no ano passado foram 1.063.

Bahia Noticias Foto: Ilustrativa