Formação pauta construção e manejo de biodigestor que colabora com a conservação da Caatinga

Utilizado para acelerar o processo de decomposição de matéria orgânica por meio da ausência de oxigênio, o biodigestor reaproveita resíduos orgânicos e produz biogás e fertilizantes.

Reconhecendo sua importância para o meio ambiente e para as famílias rurais, foi realizada a formação “Construção e manejo de biodigestor”, no início deste mês, no Centro de Formação Dom José Rodrigues do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).

O biodigestor é uma tecnologia social que a partir do esterco animal, produz biogás que pode ser utilizado no fogão para a preparação de alimentos.

O colaborador do Irpaa, Bruno Gonçalves, destaca os benefícios do biodigestor em diversos aspectos. “No aspecto econômico - diminuição do custo com o gás de cozinha, maior autonomia da família em produzir o próprio gás; no ambiental - diminuição do cozimento dos alimentos a partir da queima da lenha da Caatinga; no manejo animal - as fezes são retiradas com maior frequência de onde os animais ficam, conferindo melhor bem estar para os animais, reduzindo doenças; e maior fertilidade do solo - com a utilização do efluente do biodigestor, o biofertilizante”, explica Bruno.

Pedreiros, estudantes, agricultores e técnicos participaram da formação que abordou aspectos teóricos e práticos da construção de um biodigestor, mostrando os benefícios desta tecnologia, possibilitando que ela seja replicada em outros espaços. O pedreiro, Manuel Gomes, que já trabalha com a construção de cisternas de água para consumo e para produção, gostou de aprender sobre o biodigestor. “Conheci aqui no curso e gostei do sistema do biodigestor (...) Uma estratégia boa, espero que esse sistema se espalhe e chegue até às comunidades também”.

A inserção do biodigestor que possui baixo custo de produção, substitui o gás butano pelo biogás, reduz a emissão de gás carbônico e metano na atmosfera e produz biofertilizante e também pode proporcionar maior qualidade de vida para as famílias. Ao mesmo tempo em que, mitiga os efeitos das mudanças climáticas reduzindo o desmatamento e colaborando para a conservação da Caatinga.

O facilitador da formação, Genilson dos Santos, relata que “O pessoal quando vê o fogo fica muito emocionado, tanto pela economia da agricultura familiar, como também porque não vai precisar mais desmatar para fazer a lenha, fazer o fogo. Então eles já utilizam o fertilizante que sai do biodigestor para as plantas, e para o capim para quem cria animais”.

A formação foi realizada pelo Irpaa, através do projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), mediante acordo de empréstimo entre o Governo da Bahia e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

 

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