ESPAÇO DO LEITOR: 3º CAUSO DO BANEB.

O Brasil possui atualmente as melhores tecnologias bancárias do mundo, mas, nem sempre foi assim. Nos anos 70, as agências bancárias não possuíam computadores, terminais eletrônicos, filas únicas, fitas ou correntes divisórias, sinalizações no piso, nem display para orientação. Mesmo assim, cada caixa atendia em média 500 pessoas por dia, enquanto que na atualidade, só atendem no máximo 150 pessoas, apesar de toda a facilidade da informática.

Lembro-me perfeitamente de um dia do mês de maio de 1972, quando fui receber um cheque no extinto BANEB, a mando do meu ex-patrão Totonho Ventania, dono do Arte Foto Santo Antonio.

Quando cheguei à agência de Juazeiro (BA) me dirigi à recepção, entreguei o cheque à atendente, que destacou o canhoto e me deu, como comprovante. A seguir, acompanhei o tour que o cheque fez. Primeiro foi para um caixa conferi a assinatura. Depois foi para o setor de conta corrente para ser lançado na ficha cartolinada do cliente. Em seguida foi conferido e carimbado pelo chefe do setor, que finalmente jogou o bendito cheque num baú de madeira que ficava atrás dos boxes dos caixas e gritou: Tem cheque.

De pronto, informei ao caixa que o meu cheque já estava no baú para ser pago. Só por causa da minha intromissão em suas atividades, o caixa deixou o guichê e foi tomar uma cafezinho na copa. Demorou uns 5 minutos. De volta passou pelo local, pegou o cheque e retornou ao seu box. Ajeitou-se na cadeira giratória, deu uma olhada panorâmica no salão, checou lentamente o numero do cheque com o numero do meu canhoto e finalmente me pagou em cédulas de menor valor. O nome desse caixa era... 

Para compensar a embromação do caixa, sair apressado da agencia contando o dinheiro no meio da rua, procedimento normal para essa época, já que ainda não havia o golpe da saidinha dos bancos. As preocupações nesse tempo eram somente com os ladrões de galinha, que já não existem mais.

Boa Vista (Roraima), 10/05/2014.  

Por Gilberto Maciel Santos