ESPAÇO DO LEITOR: MEA CULPA

Carlos Augusto Cruz
Médico e Advogado

Expressão latina, muito usada nos ritos religiosos, que significa “minha culpa”. Serve para  aquele que é crédulo confessar as suas culpas diante do seu Deus, oportunidade em que bate forte no seu peito, toda vez que a repete, contritamente arrependido dos males que têm feito, por isso mesmo pedindo misericórdia ao Onipotente.

Sempre que alguém é réu confesso, diz-se que ele praticou uma “mea culpa” diante dos pecados e erros cometidos.

Assim também certos políticos da atualidade, que eram tidos como probos até bem pouco tempo, principalmente os envolvidos  nos Escândalos  do Mensalão e da Petrobrás, têm feito muitas “mea culpas”, as mais horrendas, desde “delações premiadas”, até outros tipos de confissão, para livrarem-se  da cadeia que, alguns  deles começaram a conhecer de um dia desses para cá, graças a caneta irretorqível do Juiz, Dr. Sérgio Moro.

Para livrarem-se da pena que lhes deveria ser imposta, eles entregam até à genitora e, fazem qualquer negócio.

Vejam o que a Presidente Dilma fez com o Lula. Transformou-o em Ministro da Casa Civil da Presidência, numa flagrante atitude de “mea culpa” de ambos os lados, a fim de proporcioná-lo o tão sonhado “Forum Privilegiado”, por medo do Ministério Público do Estado de São Paulo e do Juiz Federal Sérgio Moro que estão “babando” para por as mãos nos dois: na Dilma e no Lula.

Esta foi a maior atitude de desespero já cometida durante essas investigações. Nem o domingo passado, quando cerca de 6,6 milhões de brasileiros, de todas as idades, foram às ruas, dizer do seu inconformismo com o Governo da Nação, aos grito de “fora Dilma”, e “fora Lula”, fê-la recuar e, no afã de salvar o seu amigo, a mesma aumentou mais um ministério entre os mais de trinta que seu governo já dispõe,  para que assim surgisse mais uma vaga para colocar o  seu amigo Lula, a fim da propiciá-lo Fórum Privilegiado, e ele só pudesse, com tal manobra, ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal escapando assim da caneta do Juiz Sérgio Moro e das acusações do Ministério Público paulista.

Com a sua atitude a Presidenta fez o seu “mea culpa” diante da Nação e do Mundo. Pois todos nós sabemos que quem não deve não medra, e essa atitude da Presidenta Dilma foi, justamente, como jogar farinha no ventilador.

Se o panorama já se apresentava feio para ambos antes da sua confissão pública de culpa, agora piorou muito mais. Apesar de Lula e Dilma terem, enquanto Presidentes da República, nomeado oito dos onze Ministros do STF, o que se tem visto, até o momento, é um Supremo isento de qualquer influência externa, com Ministros cônscios das suas responsabilidades.

Sinceramente, a maioria dos brasileiros esperam que esta manobra não vingue, que alguém pelo simples fato de estar a serviço do povo brasileiro, numa posição de destaque,  e que foi colocada naquele lugar pelo próprio povo, não utilize-se da sua autoridade para empurrar para debaixo do tapete mais este escândalo.

Que os envolvidos nele, sintam que só ainda não estão na cadeia, porque estão no Brasil. Se tal escândalo fosse nos Estados Unidos ou em qualquer outro país civilizado da Europa, eles, desde muito, já estavam atrás das grades.