Não vai ter Golpe! Já teve. A República virou balcão de negócios

Em 1992,durante a votação do Impeachment de Fernando Collor, seus defensores o chamavam de golpe branco, no que era duramente rebatido por todas as forças de esquerda, incluído entre elas estava o PT. Lula, magoado pelo golpe baixo de Collor que mentira para ganhar a eleição, juntamente com Zé Dirceu, Zé Genoíno e outros aliados deu tudo de si para afastar Collor, embora tivesse deixado claro que fariam oposição ao vice que assumiria Itamar Franco. Era um jogo de momento. O importante era afastar o líder do Governo que corrompia a República.

Collor saiu, Itamar assumiu e, pasmem, no dia seguinte o sol nasceu de novo. Itamar governou 2 anos e seu maior legado foi estabilizar a Economia através do Plano Real. FHC era seu Ministro da Fazenda e por causa disso foi eleito seu sucessor. Não existia reeleição e a oposição acusou FHC de transformar a votação em um balcão de negócios comprando votos para aprovar a mesma. Toda a oposição foi contra a existência da reeleição mas estranhamente quando chegaram ao poder a mantiveram.

Bem, quem tem 2 neurônios já entendeu aonde quero chegar. Dilma ficando ou saindo o legado que ficará para a História é que, desta vez, houve balcão de negócios dos dois lados. Uns no Palácio Jaburu, sede da vice-presidência. Outros em um luxuoso quarto de Hotel em Brasília. Há apenas um fato em comum aos dois lados que flertam com os deputados "indecisos" (leia-se quem me dá mais?). E é uma pergunta: O QUE VOCÊ QUER PARA VOTAR A FAVOR DA GENTE NO IMPEACHMENT?

Lamentavelmente, a política está enferma e entubada em uma UTI, com sérios riscos à sua estabilidade e sobrevivência. Particularmente penso que o melhor para o Brasil seria a proposta de uma nova eleição. Mas, avaliando o contexto e os ânimos seria arriscar dividir o país em uma convulsão social de inimagináveis e imprevisíveis desfechos.

Bem, tomando por base o que relatei o no início sobre Collor, votar pela saída não é golpe e pela permanência não é traição à nação. É tudo uma questão de visão e interpretação. Eu votaria pela saída, pelo que, no meu entender, ajudaria a desfazer a rede de corrupção que se instalou no Governo. Mas, nos meses subsequentes estaria avaliando o governo do sucessor para ver se, então, apoiaria a tese de novas eleições ou sua cassação, tal qual sua antecessora. Tempos difíceis estes que vivemos.

Teobaldo Pedro