Das Tropicálias - ao movimento do Movimento

E quando ela samba,

Ao som do samba,

Aquele gingado, cadeiras

Que dançam,

Mulatas e brancas,

Favelas, senzalas,

Casa Grande, palácios,

Até das alas: “Oh, abre-alas”.

 

São elas, rainhas ou plebeias,

Cinderelas e teteias,

São todas, em movimento,

Do Movimento

Das Tropicálias!

 

E quando ela samba,

E como samba,

Braços abertos,

Soltos no ar,

Protestos festivos,

No salto, no ato,

Nos cabelos a voar,

São mais que passos,

São mais que peitos,

É da moça o jeito,

Faceiro de sambar!

 

São elas, rainhas ou plebeias,

Cinderelas e teteias,

Estão todas, em movimento,

Do Movimento

Das Tropicálias!

 

E quando ela samba,

A avenida aplaude,

Se levanta, se alarde,

Seja em escolas ou trios,

O brilho da moça,

Em seus brincos,

Cabelos coloridos,

“Quem te vê, quem te viu”

Não importa a forma,

Nem a cama, nem a fama,

Ela é a rainha, ela é dama,

Do Carnaval do Brasil!

 

* Paulo Carvalho - jornalista, poeta e escritor.