PSOL debate a Terceirização e os direitos trabalhistas nesta quarta-feira 

O PSOL baiano, promove nesta quarta-feira(19), evento para debater as consequências da terceirização aos trabalhadores do país e o Projeto de Lei 4.302, aprovado pela Câmara dos Deputados, no final de março, que pretende regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil, em empresas privadas e na Administração Pública, autorizando a terceirização, inclusive, na atividade-fim.  

A Roda de Conversa terá como tema " Terceirização: Quais os impactos na vida de trabalhadoras e trabalhadores?", a partir das 18hs, na sede da sigla, localizada no bairro do Campo Grande, centro da capital baiana, e terá como debatedores a Prof.Dra da UFBA, Graça Druck, a liderança da CSP CONLUTAS, Antônio Carlos Coelho Barreto, o Sociólogo e militante da Intersindical, Kleber Rosa, e Elaine Souza, Secretária de Comunicação do Diretório de Salvador e representante da Intersindical.

Para a Doutora em Sociologia do Trabalho,  Zilmar Alverita,  a terceirização ataca o direito do trabalhador de se  organizar coletivamente enquanto classe,  fragiliza a ação  sindical e estabelece uma precarização das relações de trabalho. 

A militante do PSOL e pesquisadora salienta que o " suicídio ocupacional"  cresce em vários países do mundo, a exemplo do Japão e da França, que são locais  que devem " servir de alerta" ao Brasil. " As pessoas estão se matando no local de trabalho. O suicídio ocupacional tem uma relação direta com as condições precárias de trabalho, a humilhação que o funcionário tem que se submeter, a pressão por produtividade, os baixos salários, as jornadas extensas e o  pouco tempo de convívio familiar, são alguns elementos que colaboram para os elevados índices de suicídio nesses países", destaca.

 A feminista e ex-candidata ao Senado pelo PSOL nas eleições de 2010, Zilmar Alverita, esclarece que, do ponto de vista das mulheres,  a terceirização está originando um movimento de retorno ao ambiente residencial. A liderança cita o trabalho desenvolvido  na indústria de calçados onde as mulheres são obrigadas a conciliar o trabalho doméstico com o fabril,  dentro do domicílio familiar. " A terceirização está fazendo com que as mulheres voltem ao ambiente residencial, com uma sobreposição de jornadas e  sem os  direitos trabalhistas", pontua a pesquisadora que defendeu recentemente a tese de Doutorado intitulada " Você gosta desgostando: A chefia e o trabalho na indústria calçadista em Ipirá-Bahia",  ao lembrar ainda que, a maior recorrência desse tipo de terceirização, ocorre no Rio Grande do Sul e na cidade de Franca, situada no Estado de São Paulo. 

O  dirigente do  Sindicato dos Agentes Socioeducadores (SINDAFSE) e representante do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil(SINDPOL), Eduardo Cruz, avalia como um total equívoco do Governo Federal tentar terceirizar setores considerados essenciais como Segurança Pública, Saúde e  Educação."  Sou totalmente contra a terceirização nesses setores porque vai desrespeitar as leis trabalhistas, precarizar o serviço e baixar os salários", critica. 

Ascom/PSOL BA