Aposentado baleado pela PM em protesto passa por cirurgia e corre risco de vida

É grave o estado de saúde o aposentado Carlos Giovani Cirilo, baleado no rosto por um policial militar durante a marcha "Ocupe Brasília", realizada na última quarta-feira (24) contra as reformas Trabalhista e Previdenciária na Esplanada dos Ministérios. O sindicalista, de 61 anos, segue internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Base da capital federal, onde respira com ajuda de aparelhos. Lideranças sindicais e advogados cobram da PM respostas e punição ao membro da corporação responsável pelos disparos.  

Cirilo, que participava do ato representando o estado de Minas Gerais, teve o lado direito da mandíbula perfurado pelo projétil, atravessando o interior da boca e se alojando do outro lado do rosto. Ele precisará fazer uma traqueostomia na próxima segunda-feira (29), além de reconstrução dos ossos da face. "Não existe razão para que a polícia tenha feito disparos a esmo em direção ao público, isso mostra total despreparo. Um senhor de 61 anos, que caminhava pacificamente segurando uma faixa e exercendo seu direito constitucional de liberdade de expressão, foi baleado pelo membro de uma corporação que deveria prezar pela sua integridade física. É inadmissível isso. Estamos dando todo apoio ao companheiro e suporte à sua família, além de procurar de todas as formas que o responsável por essa atrocidade seja punido", afirma Moacyr Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH).

Auersvald afirma ainda que a confederação, juntamente com outros sindicatos, está doando remédios e materiais farmacêuticos e de higiene pessoal ao hospital para ajudar na internação do sindicalista. "Temos muitá fé no pronto restabelecimento do companheiro sem maiores consequências, acreditando que logo ele estará conosco novamente. Estamos rezando pelo Cirilo", disse.  

As entidades sindicais também soltaram nota afirmando que vão acompanhar de perto todo o processo de investigação do caso. A União Geral dos Trabalhadores (UGT) informou que vai denunciar o atentado contra a vida de um trabalhador na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na UNI GLOBAL.

Ascom